Redação (07/03/07) – Segundo a consultoria, o tempo mais seco, favorável para os trabalhos nas lavouras, permitiu o avanço da colheita, especialmente em Mato Grosso, o maior produtor brasileiro, onde 49 por cento da área semeada já foi colhida –na semana passada, o índice era de 40 por cento.
A expansão da área colhida, entretanto, tem gerado um aumento no custo de frete, uma vez que há um maior volume para ser escoado.
"Com o forte avanço dos trabalhos de colheita durante as duas últimas semanas no Centro-Oeste, o problema que agora aflige o mercado da soja na região é o escoamento de todo esse volume que vem sendo retirado das lavouras", apontou um relatório da AgRural.
O preço do frete final de Sorriso, no norte de Mato Grosso, até o Porto de Paranaguá (PR) já alcança níveis recordes de até 220 reais por tonelada, de acordo com a consultoria, o que significa um aumento de mais de 20 por cento em apenas um mês.
Em algumas regiões do Mato Grosso onde a colheita está mais concentrada, como é o caso do Médio-Norte, após o longo período de chuvas, o movimento é grande. "Isso, claro, complica a logística para o escoamento do grão, já que a falta de caminhões é a tônica neste momento."
Para a consultoria, "o início da colheita no Sul e no Sudeste do país vem gerando concorrência extra pelos fretes, uma vez que as precárias condições de algumas estradas no Centro-Oeste não atraem nem um pouco os caminhoneiros".
A colheita também teve bom avanço em Goiás e Distrito Federal, onde 38 por cento da área está colhida, no Paraná, com 27 por cento da soja retirada da lavoura, e São Paulo, com 25 por cento.
No relatório divulgado nesta terça, a AgRural manteve seus números de produção inalterados em relação aos divulgados no início de fevereiro. A safra está estimada em 57,5 milhões de toneladas.
Também nesta terça a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) elevou a sua previsão para a colheita de soja, que deve atingir 56,7 milhões de toneladas.