A colheita de soja do Brasil deverá crescer 9 % em 2014/15, para um recorde de 94,45 milhões de toneladas, com um crescimento de plantio e melhores produtividades esperadas, previu nesta sexta-feira a consultoria Safras & Mercado em sua primeira estimativa para a nova temporada.
A safra 14/15, que começa a ser plantada a partir de meados de setembro, crescerá com a soja ganhando área de milho, em meio a preços mais favoráveis para a oleaginosa, explicou a Safras. O aumento no plantio esperado é de 4 por cento ante 13/14, para 31,2 milhões de hectares.
“A soja tende a ganhar área do milho na maior parte dos Estados…”, disse o analista Luiz Fernando Roque, em nota, acrescentando que muitos produtores também apostam na oleaginosa em novas terras agrícolas, no plantio que substituirá pastagens.
Após a seca ter afetado a produtividade em algumas áreas na temporada 13/14, a consultoria também acredita em um rendimento médio por hectare mais alto em 14/15, o que explica o fato de a produção crescer mais do que a área plantada esperada.
“O ano é de El Niño, onde normalmente os rendimentos são superiores”, afirmou o analista, referindo-se às chuvas mais volumosas que o fenômeno traz para as áreas produtoras.
MILHO
Neste contexto, a área plantada com milho no verão no centro-sul deverá cair 6,1 por cento na comparação com 2013/14, para 5,14 milhões de hectares.
Mesmo assim, com a expectativa de uma produtividade melhor, a colheita de milho verão deverá subir 8 por cento na comparação anual, para 28,8 milhões de toneladas.
Para a safra de inverno, conhecida como “safrinha”, o levantamento indica uma queda de 1 por cento tanto no plantio, para 7,95 milhões de hectares, quanto na produção, para 43,52 milhões de toneladas.
A safra total de milho no Brasil em 2014/15 está estimada inicialmente em cerca de 78 milhões de toneladas, aumento de quase 3 por cento ante o ano anterior.
No caso do algodão, os produtores brasileiros deverão plantar menos na temporada 2014/15, por preços menos favoráveis.
Segundo a Safras, a área plantada deverá ficar em 1,11 milhão de hectares, com ligeira queda sobre a temporada anterior.
Mas, se for confirmado o aumento de 4,3 por cento na produtividade, a produção brasileira deverá permanecer praticamente inalterada, em torno de 1,7 milhão de toneladas da pluma.