A colheita do milho evolui em todas as regiões produtoras do Estado, beneficiada pelo clima quente e seco dos últimos dias. O percentual de área colhida chega a 75% do total, tendo ainda 18% em condições para tanto. As produtividades têm surpreendido positivamente em muitos casos, com os produtores colhendo quantidades acima do esperado, fazendo com que a média estadual, que agora se situa ao redor dos 6,3 mil kg/ha, seja revisada para cima ao final da colheita. De acordo com o Informativo Conjuntural da Emater/RS-Ascar, as áreas de milho implantadas fora do período recomendado ou mesmo as sobressemeadas estão em enchimento de grãos e apresentam muito bom aspecto visual. O milho destinado à produção de silagem alcança 80% de área já colhida, com as produtividades chegando, em média, a 36,6 mil kg/ha de massa verde.
Na soja, a colheita também evolui e o percentual de área colhida chega a 45% do total, sendo que outros 38% já se encontram prontos para serem ceifados. As produtividades obtidas até o momento apresentam grande amplitude, podendo variar de 30 a 70 sacas de soja por hectare em um mesmo município. Entretanto, a média estadual mantém as estimativas de 3 mil kg/ha.
A primeira safra de feijão do RS está em final de colheita, restando apenas parte dos Campos de Cima da Serra. A safrinha ou segunda safra, em evolução, apresenta bom desenvolvimento e potencial produtivo favorável. No final de março, as lavouras se encontravam em fases de desenvolvimento vegetativo (30%), floração (33%) e formação de vagem (29%). No momento, os agricultores seguem realizando preventivamente tratamentos fúngicos, pois em algumas regiões as manhãs com neblina favorecem a incidência de doenças.
Os agricultores aceleraram a colheita do arroz, especialmente no centro Leste do Estado. No momento, o percentual de área colhida no RS alcança 45% do total semeado, sendo que o produto colhido até aqui apresenta qualidade satisfatória, com os grãos obtendo bom rendimento no engenho. As produtividades alcançadas seguem dentro do esperado, em torno dos 7,6 mil kg/ha. Em muitas situações, as produtividades do arroz ultrapassam os 8 mil kg/ha.
Hortigranjeiros
Citros
As primeiras frutas cítricas já começam a ser colhidas na região do Vale do Caí, inaugurando a nova safra. A fruta cítrica mais precoce de todas é a bergamota Satsuma, sem semente e com pouca acidez. Esta variedade está com 80% das frutas colhidas, encaminhando-se para o final. As condições do tempo continuam favoráveis ao desenvolvimento das frutas cítricas, com a ocorrência de chuvas em bom volume e bem distribuídas. O preço médio recebido pelos citricultores está em R$ 18,00 pela caixa de 25 kg.
A principal prática realizada pelos citricultores nesta época é o raleio da bergamotinha verde, que consiste na retirada de parte das frutas produzidas, quando estas estão ainda pequenas, evitando que o excesso de frutas esgote a planta, que na safra seguinte não tem condições de produzir, característica chamada de alternância de produção. No Vale do Caí, estas bergamotas verdes raleadas são aproveitadas pelas indústrias para a extração do óleo presente na casca, utilizado na indústria da alimentação, como aromatizante ou para dar sabor a alimentos e bebidas, e na indústria de higiene, limpeza e perfumes. As cultivares de bergamotas utilizadas para este fim são as do grupo das comuns, Caí, Pareci e Montenegrina. A primeira cultivar raleada é a Caí, e em seguida a Pareci. Nestas duas cultivares, o raleio já está encerrado. Atualmente o raleio ocorre na cultivar Montenegrina, fruta mais tardia, e atinge 50% das plantas. O preço médio recebido pelos citricultores pela bergamotinha verde está em R$ 420,00 a tonelada.
Criações
Apicultura – Estima-se que ocorra uma colheita neste mês de abril, dependendo das condições de clima futuras. Caso o frio se antecipe, a produção de outono também será comprometida, principalmente na região de maior altitude, que é os Altos da Serra do Botucaraí. O preço do mel está em alta, em função da falta do produto no mercado.
Na Fronteira Oeste e Campanha, os produtores realizam o manejo das colmeias. A produção apícola é a mais prejudicada pelo clima chuvoso dos últimos períodos e, mesmo assim, há rebrote e floração das gramíneas e dos matos nativos, resultando no aumento de produtividade e dos enxames. Já se refletem nos preços tanto a mortandade das abelhas quanto a redução dos enxames, com consequente diminuição da produção.
Forrageira – As chuvas dos últimos períodos favoreceram o campo nativo no RS. Entre as espécies forrageiras cultivadas de verão, o tifton continua a apresentar um desenvolvimento vegetativo bastante vigoroso, propiciado pela boa insolação, umidade e temperaturas amenas. As forrageiras anuais de verão, como capim italiano e sorgo forrageiro, estão em fim de ciclo e baixando de forma significativa sua capacidade nutricional. No Estado, já ocorre as primeiras semeaduras das pastagens anuais de inverno, especialmente aveia e azevém.