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Colheita no RS

A colheita do milho começou no Rio Grande do Sul. Nas principais regiões produtoras do estado, a safra está sendo considerada boa.

Colheita no RS

O tempo chuvoso dos últimos meses no norte do estado confirmou a expectativa de seu Idalino. Ele apostou nas lavouras de milho, aumentou a área plantada e já projeta uma safra positiva de 150 sacas por hectare. “O importante mesmo é chover na hora certa. Não adianta chover bastante, mas chover fora da época”, comentou.

Já outro agricultor no noroeste do estado reduziu em 50% a área cultivada, mas comemora a alta produtividade. Está colhendo 170 sacas por hectare, o ano passado foram 120. “Chuva mansa e dinheiro nunca vêm tarde. Para a lavoura foi ótimo”, disse animado Rui Magalhães.

De acordo com a Emater, a área de milho plantada na região de Santa Rosa reduziu um pouco mais de 6%, mas a produção está acima da média esperada pelos agricultores.

Em Minas Gerais, a produção de milho deve crescer 3% nesta safra. O Globo Rural conversou ao vivo com o agricultor Iraci Porto da região do Alto Paranaíba.

Em Patos de Minas, uma lavoura de milho que foi plantada há cerca de 70 dias já está bonita, cheia de espigas e a colheita deve ser no final do mês de março. “A expectativa é boa. A lavoura está bem desenvolvida, bem nutrida, bem uniforme. A formação das espigas está muito boa, estamos em fase de enchimento e esperamos que nossa expectativa seja correspondida. Sobre a colheita, devemos atingir a faixa de 180 a 200 sacas por hectare. O milho que usamos é transgênico e isso ajuda bastante porque é uma variedade com alto potencial produtivo”, contou o agricultor.

Para Osvaldo Ferreira, agrônomo da Emater, o estado todo deve ter boa produtividade. “As condições climáticas este ano estão muito razoáveis e devemos colher uma boa safra. O clima ajudou bastante, sabemos que em outras regiões o excesso de chuva causou transtornos, mas para nós foi extremamente benéfico”.

Seu Iraci contou ainda que os preços do milho estão agradando. “Os preços estão num patamar bom, esperamos que eles sejam mantidos com a remuneração que o produtor espera. Hoje está na faixa de R$ 30, R$ 35 e esperamos que esse preço se mantenha até a colheita em março com a demanda grande por causa da frustração de outras regiões”.

O preço do milho não está em alta só em Minas Gerais, isso acontece no mundo inteiro. Para falar sobre esse assunto, o Globo Rural conversou ao vivo com o analista de mercado Antônio Sartori, que acompanha de perto o vai e vem dos preços e da produção de milho no mundo. Direto de Porto Alegre, Rio Grande do Sul.

“O consumo mundial é recorde, 840 milhões de toneladas. A oferta não acompanha, os estoques estão menores. Começou com a Rússia no ano passado em quebra, com a China, que há cinco anos atrás era grande exportadora e passou a ser importadora. Os Estados Unidos, maior produtor mundial, na safra anterior colheu 333, na passada colheu 318, menos 15 milhões, quando o consumo subiu de 330 para 340. Caíram os estoques, é o menor dos últimos 15 anos nos Estados Unidos, o segundo menor da história. Para etanol, 124 milhões de toneladas, 39% da produção americana de milho é para etanol. Na Argentina, que se esperava 26, não devem colher 20 milhões. No Brasil, a safra é menor, de 34 para 31. A safrinha tem uma janela menor para o plantio. Em resumo, temos uma forte demanda no mundo e menores estoques”.

Sobre os preços em alta para quem está comprando, o que devem esperar os produtores de suínos e de frangos, Sartori explicou que o Brasil este ano vai produzir de carnes brancas e suínos de frango mais de 20 milhões de toneladas. A produção brasileira de rações passa de 60 milhões de toneladas porque temos uma demanda consistente, forte e crescente. Para Sartori, o preço das carnes vai subir e a população tem que entender que os preços agrícolas e o alimento no mundo estão provocando a inflação, estão baratos, vão subir e têm que subir.