Diante da queda dos preços do milho, os produtores do interior de São Paulo estão aumentando a área plantada com soja. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a área plantada com soja em todo o país deve aumentar 5% na próxima safra, passando de 31 milhões de hectares. Na região de Itapetininga, vão ser plantados cerca de 70 mil hectares, 10% do que no último ano. Para garantir renda e uma boa produtividade, além de evitar surpresas com a incidência de pragas, os produtores apostam nas sementes transgênicas.
Os irmãos Roberto e Rodrigo de Moraes, de Capão Bonito, contribuem para a estatística nacional que prevê aumento das áreas destinadas à soja. A cultura ganhou o espaço do milho, que não tem se mostrado tão vantajoso em função dos preços baixos.
– O milho é uma cultura que exige tecnologia de alta demanda no quesito de adubo. O preço de semente é elevado, além da questão dos defensivos agrícolas que são usados. A taxa de retorno da soja é melhor do que para o milho – diz o engenheiro agrônomo, Cláudio Lins.
– Em 2013, eu estava entre o milho e a soja. Tive muito gasto com a soja por ser grão convencional. Esse ano resolvi plantar intacta e estou esperando gastar menos com agrotóxicos. Esse também foi um dos motivos para o aumento da área da oleaginosa – diz o produtor Roberto Moraes.
Ele pretende colher pelo menos 10% a mais neste ano e para isso deve reservar algumas áreas para refúgio, assim como já faz com o milho. Segundo Roberto, a ideia é fazer com que as pragas da lavoura, que apresentam resistência à soja transgênica, possam cruzar com as pragas da semente convencional, dando origem a novas populações suscetíveis à tecnologia.