Redação (21/09/06)- Produtores rurais de Campo Mourão estão aproveitando a umidade do solo e iniciaram o plantio da safra 2006/07 de milho. Além da chuva que caiu recentemente, as temperaturas estão altas e há previsão de novas precipitações, o que influência no desenvolvimento das plantas. O plantio está dentro do prazo recomendado pelo zoneamento agrícola que iniciou no último dia 11 e segue até o final desse mês. “Os agricultores estão intensificando o plantio de milho, pois as condições climáticas estão favoráveis e até o final do mês toda a área destinada para o milho deverá estar semeada”, diz o engenheiro agrônomo do Departamento Técnico da Coamo, Marcílio Yoshio Saiki.
O agrônomo destaca que a previsão é que o clima seja normal e diferente do que ocorreu na safra passada onde a estiagem castigou a safra de milho e houve queda de produtividade. Segundo Saiki, os produtores estão investindo em tecnologias e acreditando em boa colheita. “Os agricultores compraram híbridos de boa qualidade e estão usando produtos agrícolas para aumentar a produtividade”, salienta. A maioria dos agricultores que tiveram prejuízos na safra passada conseguiram recursos para custear as lavouras. “Os produtores rurais não irão reduzir a tecnologia, pois sabem que deixar de investir é reduzir produtividade”, destaca Saiki.
Expectativa de renda
Conforme o agrônomo, se não houver fatores adversos para o desenvolvimento das lavouras, o milho pode proporcionar um renda semelhante da soja. Porém, o milho corre risco maior. Saiki revela que o período mais crítico na lavoura de milho é quando está florando. “Nessa fase as lavouras precisam de água”, diz. Saiki acredita que na região de Campo Mourão deverá haver uma redução entre 15% e 20% de área em relação a safra passada. A área deverá ser ocupada por soja. “As lavouras de milho correm maior risco de perdas e o investimento também é mais alto e muitos agricultores estão optando pela soja”.
A tendência é que o preço do milho se mantém no mesmo patamar que se encontra atualmente ou que sofra elevação no preço. O agrônomo comenta que no valor praticado ainda é rentável para os agricultores, pois houve queda nos custos em relação ao ano passado. O Paraná é tradicionalmente o maior produtor de milho do Brasil e, segundo a Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), o plantio de milho deverá ter um recuo em relação a safra passada e deverá ser entre 7% e 8%.
Pesquisa de campo
O gerente técnico e econômico da Ocepar, Flávio Turra, diz que a avaliação da Ocepar foi feita com base em informações das cooperativas que integram a organização e não em uma pesquisa de campo. O gerente da Ocepar chama a atenção ainda para uma variável que poderá mexer na intenção de plantio da safra de verão no Estado, que está apenas começando no caso do milho. “Os preços de insumos (fertilizantes e agrotóxicos) tiveram uma queda de 15 a 20 por cento no Paraná. Caiu a demanda por esses insumos, e o mercado acabou se ajustando à realidade do setor”, disse Turra. “A rentabilidade pode aumentar, mas mais por conta da redução dos custos do que por aumento dos preços dos produtos”, conclui. (Tribuna do Interior)