Da Redação 01/06/2005 – As condições climáticas e o ritmo de plantio nas regiões produtoras de grãos dos Estados Unidos já começaram a dar o tom no mercado internacional de soja e milho em maio. É verdade que na primeira quinzena do mês não houve grandes emoções na bolsa de Chicago – principal referência global para as cotações dessas commodities -, mas a metade final foi marcada por estiagem em algumas áreas americanas e, consequentemente, por valorização dos preços.
Cálculos do Valor Data mostram que, no mês passado, os contratos futuros de segunda posição de entrega da soja subiram 8,87% em razão das altas da segunda quinzena. Prova disso é que o preço médio do mês foi apenas 1,34% superior à média apurada em abril. “De fato foi uma primeira quinzena morna em Chicago. Mas a movimentação posterior aqueceu inclusive os negócios no mercado doméstico”, afirmou Renato Sayeg, da Tetras Corretora. Segundo ele, as variações climáticas nos EUA não geraram apenas especulações, mas preocupação. Naquele país, segundo a Céleres, o plantio da temporada 2005/06 voltou a ganhar ritmo e chegou a 65% da área projetada até o último dia 22.
Também marcou o mercado de soja em maio o lançamento dos contratos de soja sul-americano em Chicago. Tais papéis estrearam no dia 20, e de lá até ontem os futuros com vencimento em agosto registraram retração de 4,19%.
No milho, o comportamento em Chicago foi mais ou menos o mesmo do da soja. Paulo Molinari, da Safras & Mercado, lembra que no início do mês a tendência era de queda abaixo de US$ 2 por bushel na bolsa, e que o fechamento de ontem, acima de US$ 2,30 por bushel, nessa perspectiva foi surpreendente. Cálculos do Valor Data apontam alta de 4,16% durante o mês passado, e preço médio de maio 0,04% inferior à média de abril. Conforme a Céleres, o plantio nos EUA alcançou 89% da área projetada até o último dia 15.