Redação (13/02/2009)- As commodities voltaram a pressionar a inflação no atacado do país o que fez com que o Índice Geral de Preços-10 subisse 0,54 por cento em fevereiro, revertendo o movimento de queda verificado em janeiro.
Mas ao contrário do ocorrido no início de 2008, a pressão desta vez reflete "um choque de oferta agrícola" e não uma demanda mundial aquecida, segundo avaliação de Salomão Quadros, economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV), responsável pelo cálculo do índice.
Em janeiro, o IGP-10 registrou uma deflação de 0,85 por cento.
A principal razão por trás da mudança de rumo do IGP-10 entre janeiro e fevereiro foi a alta dos preços no atacado, pressionados pelas commodities agrícolas e pelos chamados produtos industriais.
O índice atacadista (IPA) subiu 0,52 por cento em fevereiro, ante uma queda de 1,50 por cento em janeiro. Os produtos agropecuários no atacado subiram 3,24 por cento, depois de terem recuado 1,56 por cento no primeiro mês do ano. No caso dos industriais houve uma desaceleração da queda verificada em janeiro.
Apesar disso, Quadros não aposta em um movimento de disparada dos preços, uma vez que "a pressão agrícola não deve aumentar".
No varejo, o aumento dos preços verificado pela FGV no início deste mês foi praticamente o mesmo de janeiro. O IPC teve alta de 0,64 por cento, ante avanço de 0,62 por cento na abertura de 2009.
A maior pressão partiu dos gastos com Educação, que sofreram as pressões típicas do início de ano dos reajustes das mensalidades escolares.
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), um dos três componentes do IGP-10, acelerou a alta para 0,43 por cento, ante 0,17 por cento em janeiro, puxado pelos aumentos de materiais e mão-de-obra.