Da Redação 15/07/2003 – Especialistas prevêem que, no Sul, a área de cultivo cairá de 3.689 mil/ha para 3.350 mil/ha – redução de 9,2%. Especialistas sulistas do setor agrícola prevêem queda de produção na próxima safra de milho 2003/2004, decorrente da redução da área plantada não só no Sul como nas diversas regiões produtoras nacionais. No Sul, a área de cultivo deverá ser reduzida de 3.689 mil hectares para 3.350 mil hectares (-9,2%) “no melhor cenário”, segundo estimativas da Agência Rural, especializada em commodities agrícolas.
Como o plantio só terá início em setembro próximo, o quadro atual pode mudar, embora tudo indica que para pior. Há, segundo a Agência Rural, duas razões básicas para essas previsões: o excesso de oferta na safra passada, que influenciou negativamente os preços internos de tal forma que nem as aquisições do governo conseguiram reverter o quadro e a queda da cotação no mercado externo a níveis semelhantes aos de 1995.
A saca de 60 quilos, que chegou a ser comercializada a R$ 22,00 em janeiro caiu para R$ 18,00 em maio e no início do mês corrente esbarra nos R$ 13,00 em Cascavel. No porto de Paranaguá, a queda é de 30% desde janeiro. Além dessa queda, há o câmbio em baixa o que leva a uma perspectiva de queda na produção sulina de 17.2 mil toneladas da safra passada para 15.6 mil toneladas na próxima, situação que deverá se repetir no Sudeste (-25.9% de produção) e Centro Oeste ( -38,8%), levando a produção nacional a cair de 33.690 mil toneladas para 28.924 mil toneladas ( 16,6%).
Campanhas de vendas
O pesquisador da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Pedro Roberto Santi Correa, concorda com a possibilidade de queda na área plantada, da ordem de 10%. Ele se baseia nas campanhas de vendas de insumos antecipados, por partes das três maiores cooperativas do Paraná ( Coamo, Coopavel e Medianeira), aos seus cooperados, de sementes e insumos para a próxima safra. Esses dados permitem às cooperativas projetar a próxima safra.
Segundo Santi Correa, a área destinada à soja será igual à do ano passado e a de milho deverá ser reduzida. “A queda da área, entretanto, não será tão grande porque os produtores têm contrato firmado com empresas produtoras e exportadores de aves”.