Redação (11/11/2008)- O produtor brasileiro já pode contar com informações especializadas para acompanhar o movimento dos mercados de grãos, leite e mandioca na safra atual. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou, ontem, a prospecção para a safra 2008/09, que traz análises de cada um desses produtos frente às oscilações dos mercados internos e externos.
Os dados, publicados no endereço eletrônico www.conab.gov.br, mostram, entre outras constatações, que o produtor nacional pode ser parcialmente compensado com a alta atual da moeda norte-americana. “O estudo aponta que o ambiente, com o dólar neste patamar, está propício para que o agricultor recupere as perdas dos preços das commodities e da elevação dos insumos agrícolas utilizados no início de safra.”, diz o superintendente de Gestão e Oferta da Conab, Carlos Eduardo Tavares.
Segundo ele, as informações do levantamento ainda podem ajudar no planejamento de plantio de algumas culturas que começam agora.” Fizemos uma análise da evolução dos preços, da produção nacional e internacional e de outras avaliações sobre a evolução do mercado para cada produto”, explica.
Por meio da consulta, o produtor de soja, por exemplo, obtém dados sobre o comportamento do grão e suas perspectivas de consumo. “Tudo indica que o Brasil pode exportar mais até que os Estados Unidos e a Argentina, principais produtores mundiais”, avalia.
Já no caso do milho, a previsão é oposta. “É provável que as exportações do grão neste ano sejam 50% menores que as realizadas em 2007”, acredita.
Conforme Tavares explica, os estoques estão elevados e o mercado sinaliza que não irá comprar milho. “A Europa está abastecida e os valores não devem ser tão rentáveis”, observa, lembrando que somente de setembro a outubro, o grão registrou queda entre 4% e 5%.
Quanto ao companheiro fiel do feijão, a expectativa é de que as elevações do produto, que assustaram a dona de casa no início do ano, não se repitam. “Houve um incremento na produção nacional, que vai suprir a demanda interna de arroz”, diz. A aposta é que a saca de 50 quilos fique em torno dos R$ 32.
O feijão também terá mais status. “Por causa da rentabilidade, o milho e a soja estão perdendo terreno para o grão”, ressalta o superintendente da Conab. O estudo ainda detalhou historicamente os preços de café, trigo e algodão nos cenários internacional e nacional.