O forte crescimento nos embarques de milho nos últimos meses levou a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) a rever sua estimativa de exportação do cereal para 19 milhões de toneladas. Silvio Porto, diretor de Política Agrícola e Informações da Conab, diz que a estimativa da empresa é até conservadora, mas descarta problemas no abastecimento interno.
Em apenas quatro meses da safra atual (julho a outubro), as exportações de milho já somam 11,270 milhões de toneladas, volume 107% acima do embarcado no mesmo período de 2011. As exportações correspondem a 59% dos 19 milhões de toneladas previstos pela Conab para a safra que vai até junho do próximo ano.
Porto argumenta que, ao fim desta safra, “o estoque de passagem deve ficar em 8 milhões de toneladas, o que não justificaria os preços que temos hoje, porque tem disponibilidade”. Ele observa que em algumas praças os preços recuaram no mês passado, mas as cotações continuam sustentadas pela retração das exportações norte-americanas, que provoca aumento da demanda pelo milho brasileiro.
O diretor da Conab afirmou que ainda é cedo para especular sobre as condições climáticas que vão influenciar o plantio do milho safrinha e voltou a manifestar preocupação com a concentração do plantio na segunda safra, principalmente no Paraná, por causa do risco de geadas no período de floração ou enchimento de grãos. Ele ressalta que a segunda safra de milho é importante, mas considera fundamental uma política de incentivo ao plantio de verão, para que o cereal possa concorrer com a soja, que tem como vantagem os preços mais altos e a liquidez.