Ainda tem muito milho na lavoura de Erny Parisenti, em Diamantino, médio norte de Mato Grosso. Quase 40% dos 8 mil hectares cultivados ainda não foram colhidos e alguns talhões já começam a passar do ponto de colheita.
Os grãos estão secos e com menos umidade, o peso também fica menor e representa prejuízo para o agricultor.
O atraso na colheita é resultado da lentidão no escoamento da safra. Os armazéns instalados na fazenda estão praticamente lotados. De todo o milho que já foi colhido na fazenda, cerca de 350 mil sacas já deveriam ter sido escoadas, mas até agora, o produtor só conseguiu escoar 280 mil sacas. 70 mil sacas ainda estão lotando os armazéns.
É tanto milho, que para resolver o problema da superlotação, o jeito foi improvisar com sacos para segurar os grãos que já não cabem no silo.
Para dar agilidade ao escoamento, o agricultor tentou vender uma parte maior da produção, mas diante dos preços pagos na região, cerca de R$ 10,50 a saca, desistiu. A saída foi recorrer aos leilões realizados pelo Governo Federal.
Erny negociou a produção no leilão de Pepro, Prêmio Equalizador Pago ao Produtor. Nesta modalidade, o governo oferece um bônus, com o objetivo de garantir que ao final da operação de venda, o agricultor receba ao menos o preço mínimo definido, que em Mato Grosso para o milho é de R$ 13,02 a saca.
Até agora as intervenções do Governo Federal já apoiaram a comercialização de quase 4 milhões de toneladas de milho produzidas no estado.
Com metade da área de dois mil hectares colhida, o agricultor Alexsandro Souza vendeu apenas 30 mil das 220 mil sacas que espera colher. Toda a comercialização foi via leilões do governo.
De acordo com o Ministério da Agricultura, na safra passada, não foi preciso fazer nenhum leilão de milho em Mato Grosso, já que o preço estava bom. Este ano, até agora, foram realizados sete leilões.