Como as cotações internas para produtores com milho disponível em Mato Grosso têm apresentado elevação desde setembro, os ganhos têm permitido melhores margens para cobrir os custos com insumos, apresentando um cenário mais agradável em comparação ao verificado no mesmo período do ano passado. É o que informa o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) no boletim semanal do milho divulgado nesta segunda-feira (24).
Segundo os analistas do Instituto, a saca do milho disponível chegou a bater R$ 16,21 no indicador Imea neste mês de novembro. A Relação Base MT-CBOT registrou elevação de 6,79%, em consequência da pequena alta no mercado interno.
Com melhores preços em Mato Grosso, o produtor de milho pôde respirar um pouco mais aliviado. “Cobrir os gastos com os insumos necessários para o cultivo de milho é o primeiro passo rumo à lucratividade. A melhora nos preços do mercado físico do cereal em outubro gerou uma melhor margem para o produtor, pois a saca do milho ficou mais cara que os custos com insumos necessários para a sua produção”.
Em novembro, esta margem alcançou R$ 3,77/sc, criando um cenário positivo após o período de julho a setembro que distanciou os produtores do lucro, visto que os gastos com insumos eram maiores que a cotação da saca do cereal.
Preços futuros
Na Bolsa de Chicago (CBOT), as cotações de milho em outubro tiveram leves valorizações, de acordo com o Imea, no entanto, cenário a longo prazo continua baixista no mercado internacional do cereal. A expectativa de safra recorde do cereal tem puxado os preços para baixo, sendo que, em outubro, a média do bushel chegou a US$ 3,72 no contrato para dezembro de 2014, menor que os preços de 2013 neste mesmo período, quando a cotação estava em torno de US$ 4,24/bushel.
Quando o Imea considera a paridade para julho de 2015 para o cálculo da margem de lucro, o cenário se torna preocupante. “A paridade para julho de 2015 está R$ 2,00 a menos que os gastos com insumos para a produção de uma saca do milho, deixando a margem de lucro negativa. A expectativa é de que o preço não siga a CBOT e possa remunerar melhor os produtores”, diz o boletim.