A opção dos produtores pelo plantio da soja na temporada agrícola 2009/2010 vai levar o Brasil a colher, no próximo ano, entre 62,50 milhões e 63,60 milhões de toneladas da oleaginosa. Se confirmado o intervalo superior, que representa 11,4% a mais que no período passado, este será o melhor resultado da história. No Paraná, a área plantada também deverá crescer e bater recorde. A expectativa é que sejam colhidas 13,30 milhões de toneladas, registrando um crescimento de 42% em relação ao ciclo anterior.
Quando somadas às demais culturas, a safra total de grãos no País ficará entre 139,04 milhões e 141,69 milhões de toneladas, ou 3% a 5% a mais que as 135 milhões toneladas da anterior. Os números foram divulgados nessa quinta-feira (5), pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e fazem parte do segundo levantamento da produção nacional de grãos. No Paraná, os números foram repassados pelo Departamento de Economia Rural (Deral), órgão ligado à Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimeto (Seab).
Quanto ao Estado, a expectativa para os resultados da safra de verão – o Deral ainda não tem previsão da safra completa – gira em torno de 20,8 milhões de toneladas, 26% maior que o período anterior, quando foram colhidas 16,56 milhões de toneladas de grãos. Conforme a segunda apuração do Deral no mês passado, a soja deverá ficar mesmo com a maior área plantada: 4,35 milhões de hectares, 8% a mais que a safra 2008/09.
Segundo Otmar Hubner, engenheiro agrônomo do Deral, do primeiro levantamento – realizado em setembro – para este, a produção da soja registrou um pequeno crescimento e a previsão de colheita passou de 13,14 para 13,30 milhões de toneladas. Se os produtores do Estado colherem 12 milhões de toneladas da oleaginosa já será recorde, segundo o Deral.
A melhor colheita da cultura no Estado foi registrada na safra 2006/07, quando somou um volume de 11,770 milhões de toneladas. Em 2007/08 a produção foi menor, porém positiva: 11,720 milhões de toneladas. Já no último ciclo, o clima não colaborou e a colheita do grão sofreu perdas de 23% e o Estado colheu 9,382 milhões de toneladas. O clima, por enquanto, está colaborando, o plantio está dentro do previsto – até a última segunda-feira 50% da área já havia sido plantada – e os produtores estão utilizando boa tecnologia. “A previsão é bastante positiva, principalmente porque estamos vindo de safras frustradas”, afirma Hubner.
Do primeiro levantamento para o segundo também houve alguns ajustes em outras culturas, segundo o agrônomo do Deral. No caso do milho, ficou confirmada a redução de área para 962,600 mil hectares, 24% menor que no ciclo de 2008/09. A produção, entretanto, poderá ficar um pouco maior que a safra de verão passada, em torno de 3%. Os produtores do Estado deverão colher cerca de 6,78 milhões de toneladas do grão. O plantio do milho está um pouquinho atrasado, mas nada que comprometa a produção. Até agora, segundo o Deral, 88% do milho desta safra já foi plantado.
Na cultura do feijão também ficou confirmada a redução de área em 11%. Neste ciclo serão 329 mil hectares produzindo a leguminosa. E, assim como o milho, a expectativa de colheita será maior que na safra passada, 545 mil toneladas, perto de 30% a mais. “Isso acontece porque nas últimas safras as quebras foram grandes e mesmo com menores áreas essas culturas, se o clima colaborar, poderão registrar aumento”, pontua Hubner.
Safra nacional
Em âmbito nacional, a projeção do milho primeira safra, que teve o plantio iniciado em agosto e será colhido a partir de janeiro, é de 32,79 milhões (-2,6%) a 34,06 milhões (1,2%) de toneladas. Já o feijão primeira safra, em fase de frutificação e maturação em algumas regiões, está entre 1,39 milhão (+2,9%) e 1,43 milhão (+6,3%) de toneladas.
Para avaliar o comportamento das culturas de verão nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, a Conab utilizou os dados da pesquisa realizada com produtores, agrônomos, cooperativas rurais, secretarias de estado da Agricultura, órgãos de assistência técnica e agentes financeiros. Nos Estados onde o plantio ainda não começou como nos do Nordeste, o estudo manteve a área da safra anterior e, para fins de produção, levou em consideração a produtividade média dos últimos cinco anos, descartando-se os períodos atípicos.