Redação (28/09/2007) – A Câmara Setorial de Aves e Suínos solicitou ao Ministério da Agricultura a apresentação de um pedido à Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) para garantir a importação de 1,5 milhão de toneladas de milho geneticamente modificado.
Temendo o desabastecimento das granjas, os criadores de aves e suínos estão alarmados com a forte alta nas cotações do milho, o que estimula as exportações. E projetam a falta da matéria-prima utilizada na alimentação dos animais. "Precisamos construir alternativas conjuntas com o ministro [Reinhold Stephanes] para garantir o abastecimento das granjas", disse o presidente da câmara e da Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS), Rubens Valentini.
Os produtores concordaram com a solicitação, mas rejeitaram qualquer iniciativa relativa à taxação das vendas externas. "Não há problema em flexibilizar as importações de milho para ração animal, mas somos contra restrições à exportação", disse o superintendente técnico da Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA), Ricardo Cotta.
Como forma de aliviar a pressão sobre os criadores, o governo poderia elevar as vendas em balcão promovidas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A entidade também solicita a extensão dos programas de apoio ao escoamento do milho (PEP, VEP) de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraná aos Estados de São Paulo, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Hoje, os Estados do Nordeste concentram o benefício. Os criadores também pedem a adoção, em eventuais importações, de mecanismos de compensação de preços semelhantes aos praticados nas vendas externas.
Em seu último levantamento de safra, o diretor de Logística da Conab, Silvio Porto, havia alertado para a "situação preocupante" do abastecimento de milho. A estatal estima estoques de passagem de 7,74 milhões de toneladas – 2,6 milhões nos armazéns oficiais. Mas o ritmo das exportações, projetadas entre 9 milhões e 11 milhões de toneladas, tem reduzido a oferta do grão no mercado interno.