Criadores de Picos, no Piauí, enfrentam fila para conseguir retirar o milho comprado por um preço mais baixo da CONAB, Companhia Nacional de Abastecimento. O problema é que as cargas que chegam ao município são insuficientes para atender a demanda.
O criador Antônio Alves foi à sede regional da Conab, no município de Picos, buscar o milho comprado do governo por um preço menor que o de mercado. Foram 40 dias de espera desde a data do pedido até a chegada dos caminhões carregados no galpão. Na fila, ele estava animado para receber o grão que irá alimentar os animais. Mas a entrega foi adiada por dez dias.
Essa é a situação de muitos criadores. Com dificuldade para transportar o milho do Centro-Oeste para o Nordeste, a Conab não consegue atender a demanda e atrasa a entrega das sacas. O criador Francisco Fontes finalmente conseguiu levar uma tonelada de milho para casa depois de dois meses de espera.
Dos cerca de quatro mil agricultores cadastrados na região, 60% receberam o milho. Os outros 40% aguardam ansiosos por alguma providência. O criador Josino Mendes voltou de mãos vazias para a propriedade. Por falta de pasto e ração, ele foi obrigado a vender 20 animais, o que representa metade do rebanho.
Muitos currais da região estão vazios. No povoado, cerca de 140 animais foram comercializados pela metade do preço. A Conab deve fazer na sexta-feira (14) um novo leilão de frete para contratar serviços de transporte que levem o milho até o Nordeste.