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Crise financeira voltou a interferir no preço dos grãos em Chicago

Preços das commodities agrícolas tiveram queda ontem por causa de uma liquidação massiva de posições.

Redação (19/02/2009)- O agronegócio argentino entrou em uma tempestade perfeita. Rendimentos nulos ou baixos pela seca. Retenções e intervenção dos mercados. E agora novas quedas de preços internacionais por liquidações massivas.

Os preços das commodities agrícolas tiveram queda ontem (18-02), no mercado de Chicago (CBOT) por causa de uma liquidação massiva de posições, que afetou quase todas as matérias-primas e aos ativos financeiros das principais bolsas mundiais.

Em contrapartida, as cédulas do Tesouro dos Estados Unidos registraram altas significativas, o que indica que boa parte do dinheiro que desapareceu do mercado financeiro e de commodities foi para os títulos da dívida dos Estados Unidos (considerado o investimento mais seguro do mundo, porque é impossível deixar de pagar um título dolarizado se possui a máquina de imprimir dólares).

Outros dos poucos ativos que conseguiram terminar o dia com altas são o ouro e a prata, dois metais preciosos que costumam ser empregados pelos investidores como proteção de valor em épocas de turbulência financeira.

O índice de matérias-primas Reuters/Jefferies CRB Index (integrado por 19 contratos futuros de commodities) fechou em 204,9 pontos, o nível mais baixo desde junho de 2002, com quedas lideradas pelo petróleo, cobre e óleo de soja.

"Estamos vendo uma liquidação de pânico sustentada pelas perdas que estão ocorrendo nos mercados financeiros", disse Dale Durchholz, analista de grãos da Agrivisor, com sede em Bloomington, Illinois.

No que diz respeito ao mercado de commodities agrícolas, o fracasso da colheita de soja e milho da América do Sul contribuiu para sustentar os valores dos produtos nas primeiras semanas do ano. Entre os investidores existe o temor de que uma depressão econômica mundial termine dissolvendo a demanda de grãos.

O processamento de soja nos Estados Unidos no mês de janeiro foi de 3,78 milhões de toneladas, um valor 8,8% inferior à registrada no mesmo mês de 2008, segundo informou o National Oilseed Processors Association.

“A queda do consumo interno de farinha de soja dos Estados Unidos é o problema", disse Dan Cekander, analista de grãos da NewEdge USA, com sede em Chicago. "O consumo caiu em mais de 1 milhão de toneladas, e ficou em 11,4 milhões no último trimestre do ano passado", acrescentou.