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Crise trava compra de milho no RS

O ritmo de comercialização nas cooperativas tem sido afetado pela queda da produção de suínos e aves a partir da crise mundial.

Redação (02/03/2009)- A venda de milho está lenta no Rio Grande do Sul. O ritmo de comercialização nas cooperativas tem sido afetado pela queda da produção de suínos e aves a partir da crise mundial. Além da retração de consumo, fabricantes de ração animal desaceleraram a compra de matéria-prima pela falta de capital de giro para financiar estoques.

Somente o setor suinícola projeta redução de 6,6% no consumo anual de milho, estimado em 1,7 milhão de toneladas. Conforme o secretário executivo do Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos do RS, Rogério Kerber, a retração calculada em 113 mil toneladas considera uma manutenção da redução de dez quilos no peso de abate, definida ao final de 2008.

No caso da indústria avícola, a estimativa do impacto do corte de 20% na produção de carne sobre o consumo do cereal deve ser apurada nesta semana. Segundo o secretário executivo da Associação Gaúcha de Avicultura, José Eduardo Santos, normalmente, o setor absorve 3 milhões de toneladas ao ano.

Diante deste cenário e com muito trigo ainda por vender – aproximadamente um milhão de toneladas – cooperativas começam a se preocupar com a armazenagem nos próximos meses. O período é de abertura de espaço para receber a safra de soja, que deve ser de pelo menos 7,5 milhões de toneladas.

Segundo Clairton Osmari, gerente comercial da Cooperativa Agropecuária Alto Uruguai (Cotrimaio), de Três de Maio, que atende a 19 municípios, a oferta do milho contrapõe-se à redução da demanda. "Recebemos até mil toneladas de milho por dia, e conseguimos comercializar apenas 50% disto. Ainda temos espaço para a armazenagem, mas a preocupação maior está por vir."

Nem a quebra prevista de 18% na safra estadual do cereal por causa da estiagem amenizou a situação, ressalta o gerente comercial da Cooperativa Mista São Luiz (Coopermil), de Santa Rosa, Sérgio de Oliveira, que atende a dez municípios. "A indústria está devagar na compra do milho, e a diminuição na produção de carne tem sido um fator nesta redução da demanda."

Para evitar problemas, na sexta-feira, a Coopermil fez remanejo entre seis unidades armazenadoras. "Levamos milho de Tuparendi para Santa Rosa. Estamos abrindo espaço para armazenar soja, que receberemos a partir de 15 de março. Ainda temos muito trigo e milho. Está difícil a comercialização."