O agricultor Sérgio Bronzatti corre para concluir o plantio da soja nos 280 hectares que ainda faltam na propriedade em Cruz Alta, noroeste do Estado. O período recomendado para semear algumas variedades escolhidas pelo agricultor está terminando. “Vai noite a dentro. Começa cedo e para tarde”, disse.
Até agora, em todo o Estado, menos da metade da área prevista está semeada com soja, um atraso de aproximadamente 30% para a época, segundo a Emater.
Devido as enxurradas, o agricultor de Cruz Alta também vai precisar replantar parte da lavoura. Surgiram fungos nas sementes e muitas plantas morreram.
“Além de aumentar o custo em cerca de 20% a 30%, tem o tempo perdido. Em vez de estar plantando na área que falta, está replantando a área que foi plantada”, completou Bronzatti.
No Paraná, segundo maior produtor de soja do País, as lavouras estão mais adiantadas. A produção do Estado deverá crescer 38% em relação à safra passada. Muitos agricultores preferiram a soja a outros grãos, como o milho.
A colheita da soja começa no final de fevereiro e segue até abril. Por enquanto, os pés estão com mais ou menos 20 centímetros. O mais importante nessa fase de germinação são as boas condições de umidade e temperatura. O ideal, segundo os agrônomos, é que chove bastante chuva, mas que também tenha bons períodos de sol, exatamente como tem sido o ultimo mês na região.
O agricultor Elio Degraf torce para o tempo continuar ajudando.
Mato Grosso é o maior produtor do Brasil. No Estado, muitas lavouras estão perto do ponto de colheita.
Na fazenda do agricultor Gerson Altoé, em Sinop, no norte de Mato Grosso, são 750 hectares cultivados. Ele contou que com investimento feito e o clima favorável espera uma boa safra. “A lavoura está vindo numa condição muito boa. O clima está favorecendo e a gente está na espera de uma boa colheita”, disse.
A colheita da safra de soja em Mato Grosso deve começar nos primeiros dias de janeiro. E existe uma preocupação. Pode faltar espaço para armazenar o produto. Muitos armazéns da região ainda têm milho para ser comercializado.
“A gente fica preocupado porque depende muito desse mercado de soja. Hoje, as lavouras do Brasil e da Argentina estão em evolução. Se houver problema nessas regiões, a soja pode ter um preço bom e pode não haver problema de estocagem. Mas pode ser que tenha a safra boa e tenha de se estocar soja. Então, a gente tem medo que, se tiver que deixar soja estocada em número muito alto na nossa região, que venha faltar até armazém para isso”, falou Galvan.
Segundo estudo recente da Conab, a soja deve ser o produto com maior rentabilidade nesta safra.