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Insumos

Dada a largada

<p>Com fim do vazio sanitário, produtores de soja mato-grossenses começam plantio do insumo com expectativa.</p>

O fim do vazio sanitário, período proibitivo para o plantio da soja, nesta terça-feira (15/09) coloca os produtores mato-grossenses na posição de largada para a semeadura da oleaginosa no ano-safra 2009/2010.

Sapezal, Campos de Julio, Campo Novo dos Pareci, Diamantino, Nova Mutum e Lucas do Rio Verde, nas regiões norte, médio norte e noroeste de Mato Grosso disputam a liderança do plantio da nova safra brasileira de grãos.

“Com as chuvas que caíram sobre Mato Grosso nos últimos dias, os produtores só aguardam mesmo o término do vazio sanitário para iniciar o plantio”, afirma o presidente da Associação dos Produtores de soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), Glauber Silveira.

O plantio oficial da soja pode ser iniciado, dia 16, em pelo menos 10% da área reservada à soja, que este ano deverá ocupar 5,6 milhões de hectares, com estimativa preliminar de colheita de 17,70 milhões de toneladas.

“Ainda é cedo para afirmarmos se haverá aumento de área, mas a expectativa é de que a produção seja no mínimo mantida na próxima temporada”, frisa Silveira. Segundo ele, o que incomoda no momento é o fato de alguns produtores ainda não terem conseguido dinheiro ao custeio. “Temos ainda 5% da área sem crédito. Ainda estamos sentindo que o crédito está restrito e muito seletivo”, conta.

Ele avalia a safra 08/09 como “muito boa” em termos de produção e produtividade. “Foi boa também em termos de rentabilidade. Só não foi melhor devido aos altos custos de produção e à queda dos preços no mercado internacional. É claro que não foi a safra maravilhosa que esperávamos, mas deu lucro”.

Para este ano, há muitas incertezas porque a grande maioria dos produtores não travou preços com as vendas antecipadas. “Apesar da queda nos preços dos fertilizantes, os custos ainda estão elevados”. Segundo levantamento da Aprosoja/MT, os custos caíram 14%, mas os preços despencaram 40%.

Silveira avalia que os gargalos para a safra 09/10 são basicamente os mesmos da safra passada: logística, preços e crédito.

Soja precoce – A variedade precoce deverá responder por pelo menos 35% de toda a produção prevista de soja (5,31 milhões de toneladas) em Mato Grosso. De acordo com os produtores, as vantagens estão na maior proteção contra a ferrugem asiática da soja e na possibilidade de plantio de algodão e milho na mesma safra. Alguns produtores, entretanto, poderão utilizar até 60% da área com a variedade precoce.

No caso da região de Campo Novo (396 quilômetros ao noroeste de Cuiabá), 50% das 360 mil hectares reservados à soja devem receber a semente de ciclo mais rápido.

Nova Mutum (264 quilômetros ao norte de Cuiabá), outro município que disputa a liderança do plantio, também dará prioridade às sementes precoces no mês de setembro. O município deverá cultivar 300 mil hectares e, destes, pelo menos 100 mil hectares deverão ser ocupados com a variedade precoce.

A expectativa é grande também junto aos produtores de Diamantino (208 quilômetros ao médio norte de Cuiabá), que também deverá largar na frente. Na região, os sojicultores falam em usar pelo menos 35% de toda a área com variedades de ciclo precoce e superprecoce.

Na avaliação dos agrônomos, o plantio da soja em Mato Grosso deverá deslanchar mesmo a partir de outubro, quando o solo estará mais úmido e propício para receber a semeadura, o que é chamado no campo, como o período de melhor ‘janela’ ao plantio.

Balança – O ciclo 08/09 está encerrado no Estado, com término da colheita de algodão na semana passada, a última cultura da safra local. O Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) frisa que apesar de todas as dificuldades, principalmente as relativas aos picos de preços de defensivos e fertilizantes, houve altas expressivas na cotação internacional e a temporada foi marcada como a segunda maior da história estadual.

O Mato Grosso encerrou a safra como o maior produtor de grãos e fibras do País. A produção mato-grossense é responsável atualmente por 20% do total nacional e 35% da soja brasileira. Conforme dados recentes da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Mato Grosso fecha o ciclo com 27,42 milhões de toneladas de grãos, sendo 17,96 milhões t de soja. Já o Brasil deverá colher 134,3 milhões toneladas.