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Insumos

Depois das chuvas, produtor de milho dos EUA batalha para secar os grãos

Os agricultores na parte norte do Meio-Oeste dos Estados Unidos estão acostumados com seca, doenças e pragas. Agora, eles estão enfrentando um problema diferente: a falta de gás propano.

Chuvas fortes e mais frequentes deixaram a colheita de milho deste ano mais encharcada que o normal. Os agricultores estão com dificuldade para conseguir propano suficiente para abastecer os fornos gigantes que secam o milho antes que ele seja armazenado para evitar que apodreçam. A demanda pelo gás tem puxado os preços do propano nos EUA ao maior valor dos últimos 18 meses e está atrasando a colheita do milho – que já está atrasada por causa do clima úmido durante o plantio.

Cerca de 59% da safra dos EUA foram colhidos até agora, o que está abaixo da média histórica de 62% para essa época do ano, informou o Departamento de Agricultura dos EUA na semana passada.

“Até que alguém surja com uma solução para esse problema de propano – ou a gente tenha um sol forte – simplesmente não podemos fazer nada”, disse Richard Syverson, um agricultor do Minnesota.

Ele suspendeu sua colheita porque não pode comprar os cerca de 5.700 litros de propano que usa por dia para colocar seu secador de milho para funcionar. “Tenho contas para pagar e gostaria de terminar essa colheita para saber em que pé estão minhas finanças”, disse Syverson.

Os agricultores estão colhendo o que se estima que seja uma safra recorde nos EUA. A falta de gás propano é mais aguda de Dakota do Norte a Wisconsin porque, no mês passado, choveu até seis vezes a mais no norte do Meio-Oeste do que o normal.

Esse clima está gerando repercussões de longo alcance, forçando agricultores a diminuir o ritmo de suas colheitas até a chegada de caminhões transportando propano de centenas de quilômetros de distância. Governadores de todo o Meio-Oeste assinaram ordens para amainar regulamentos de transporte via caminhão e acelerar as entregas.

Em última análise, dizem analistas, a oferta de milho nos EUA provavelmente será suficiente para manter os preços estáveis. Mas, se os agricultores tiverem que deixar os pés de milho no campo ou armazenar os grãos úmidos, a qualidade pode diminuir ou os grãos podem apodrecer, reduzindo seu valor.

“Vai custar caro e vai ser uma dor de cabeça para os produtores”, diz Tomm Pfitzenmaier, sócio da Summit Commodity Brokerage, em Des Moines, no Iowa. “Isso vai atrasar as coisas, mas não vai parar a colheita.”

Os futuros do milho para entrega em dezembro na Bolsa de Chicago caíram um centavo de dólar, ou 2%, na sexta-feira. No ano, o preço caiu 39%, devido às previsões de uma safra recorde apenas um ano depois de os preços atingirem a maior alta de todos os tempos por causa da pior seca em décadas.

O preço do gás no atacado, por sua vez, subiu de US$ 1,008 por galão, no ano passado, para US$ 1,171 na segunda-feira da semana passada, fechando na maior alta em 18 meses, segundo a agência de informação sobre energia dos EUA. O combustível, que é feito do processamento de petróleo e gás natural, é usado para tudo nos EUA, de cozinhar a secar roupa. Além disso, os preços subiram porque as refinarias americanas estão exportando o gás em maior quantidade.