Os futuros da soja, nesta sexta-feira (25), operam com ligiera baixa na Bolsa de Chicago. O mercado registrou boas altas em pregões consecutivos e agora, segundo analistas, registra uma pequena correção com um movimento de realização de lucros. Por volta das 7h40 (horário de Brasília), as cotações dos principais vencimentos perdiam entre 5 e 6,75 pontos e o contrato novembro/14, referência para a safra norte-americana, era cotado a US$ 10,78 por bushel.
A atenção do mercado, no entanto, continua voltada para o comportamento do clima nos Estados Unidos – que começou a trazer algumas preocupações, porém, algo ainda prematuro e que não prejudica, efetivamente, o potencial produtivo das lavouras – e também à demanda, que tem se mostrado bastante presente e dando sinais de crescimento.
Durante toda essa semana, os futuros da oleaginosa vieram registrando bons ganhos na Bolsa de Chicago, os quais impactaram nos preços do mercado brasileiro – apesar de não ter acelerado o ritmo de negócios no país – com notícias que chegavam, quase que diariamente, sobre novas vendas de soja em grão, farelo e óleo. Os preços mais atrativos chamaram os investidores, especuladores e consumidores à ponta compradora do mercado e esse movimento estimulou as novas altas da commodity.
Veja como fechou o mercado nesta quinta-feira:
Soja foca demanda e fecha com altas em Chicago e no Brasil
O mercado internacional da soja registrou mais um dia de boas altas na Bolsa de Chicago e fechou o dia com os melhores preços em uma semana. As notícias sobre a demanda, mais uma vez, esteve no foco principal dos investidores e, ao longo do dia, as cotações chegaram a subir mais de 20 pontos. No fechamento, porém, os ganhos foram mais modestos. O vencimento novembro/14, referência para a safra norte-americana ficou em US$ 10,84 por bushel, enquanto o março/15 terminou o dia valendo US$ 10,97.
No mercado brasileiro, os preços no mercado físico também avançaram em importantes praças de comercialização e nos portos. Ainda assim, o ritmo dos negócios continua lento e o mercado caminha a passos lentos. Nem mesmo a alta do dólar – de 0,05% com um fechamento a R$ 2,22 – e os altos prêmios estimularam novas vendas e os produtores esperam momentos ainda melhores para comercializar.
“Não há pressão de oferta no físico”, disse o analista de mercado Vlamir Brandalizze. “O mercado reverteu e agora está olhando para cima. Porém, ele segue aquela lógica financeira e pode passar por alguma realização de lucros depois dessas altas de mais de 20 pontos que tivemos nessa sessão”, completou. No porto de Paranaguá, a soja disponível subiu 1,52% para R$ 67,00 por saca, mesmo preço do porto de Rio Grande, e o produto da safra nova registrou alta de 3,45%, ou R$ 2,00 batendo nos R$ 60,00.
Demanda
O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulgou, nesta quinta-feira (24), seu relatório semanal de vendas para exportação com números referentes à semana que se encerrou em 17 de julho e os dados vieram bastante positivos para o mercado.
As vendas da safra 2013/14 vieram em 226,7 mil toneladas, dentro das expectativas do mercado que variavam de 90 mil a 320 mil toneladas. No entanto, as exportações da safra nova somaram 2451,1 milhões de toneladas, contra 561 mil da semana anterior, e ficaram muito acima do que era projetado pelo mercado, algo entre 1,2 milhão e 1,45 milhão de toneladas. Os números para o farelo e o óleo de soja também foram bons.
Os preços mais atrativos da soja, que atingiram os menores níveis em quatro anos na CBOT, estimularam a volta dos compradores, principalmente entre os fundos de investimento, que recompraram boa parte de suas posições no mercado futuro americano.
Clima nos EUA
Além disso, segundo explicam analistas, os especuladores e investidores apostam em um mês de agosto de clima não tão favorável para as lavouras no Meio-Oeste americano, com previsões de chuvas um pouco mais limitadas e temperaturas ligeiramente mais altas, quadro que, ao persistir, poderia comprometer o potencial produtivo da nova safra americana.
De acordo com informações do Commodity Weather Group, um tempo mais seco já deixa 15% das áreas de produtivas do Meio-Oeste com um potencial stress . “Nós precisamos de chuvas para encher as vagens”, disse um analista internacional à agência Bloomberg.
Entretanto, alguns novos mapas meteorológicos divulgados hoje pelo Commodity Weather Group mostrou que, em agosto, o tempo deve ser favorável ao desenvolvimento das safras. Os mapas vieram mostrando que no próximo mês as temperaturas deverão ser favoráveis ao desenvolvimento das plantas, além de chuvas bem distribuídas e com bons volumes para onde se esperavam dias mais quentes e secos. Em agosto, as lavouras norte-americanas entram e sua fase de formação de vagens e enchimento de grãos, momento determinante para a definição da safra do país.