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Devem faltar armazéns para estocar milho em MT

<p>O principal motivo é a expansão da área plantada em 30% este ano e o aumento da produção na maioria das regiões.</p>

Redação (13/02/07) – A possibilidade de faltar armazéns para estocar milho em Mato Grosso na safrinha de 2007 está preocupando os produtores rurais. Com uma produção recorde prevista para a safrinha deste ano, cerca de dois milhões de toneladas, os produtores começaram a falar sobre a possibilidade de faltar armazéns e ter que deixar a produção estocada a céu aberto enquanto não houver demanda para venda. Se isto ocorrer, pode haver perda.

Segundo o presidente do Sindicato Rural de Sinop, Antônio Galvan, este ano houve um aumento em mais de 30% de área plantada do milho em Mato Grosso, significando que, se o governo federal não tomar alguma iniciativa para esvaziar os armazéns que ainda estão com estoque de milho e soja, uma parte da produção ficará estocada a céu aberto.

Quando estivermos no período da seca, não haverá problemas, porque podemos deixar o milho estocado assim. O que faremos é vender esse produto que não está nos armazéns primeiro para não perder a produção. Mas se não houver uma ação de remoção dos estoques até o período de chuvas, poderemos ter prejuízos, avaliou Galvan.

O presidente do Sindicato contou que todo ano a situação dos armazéns é a mesma. Para este ano, há a possibilidade da utilização de armazéns que estocam soja assim que o produto for exportado. Há empresas que não mexiam com milho e deverão utilizar seus armazéns para isso agora, logo após a soja ser exportada. Essa ação poderá amenizar a situação dos produtores de milho no Estado, disse Galvan.

Segundo ele, um dos maiores problemas dos produtores de milho em Mato Grosso é a questão da logística de transporte, que acaba interferindo nas vendas para locais mais distantes e exportação. Galvan explicou que como o frete em Mato Grosso é muito caro, os Estados mais próximos aos portos são os que exportam primeiro, deixando o milho produzido aqui para sair depois.

O frete inviabiliza muito a exportação aqui em Mato Grosso. Nós já temos notícias de que o frete irá aumentar no Estado e isso também nos preocupa, porque dificulta o escoamento do milho, frisou Galvan.

CENTRO-OESTE

Uma safrinha recorde no Centro-Oeste do país – 7,5 milhões de toneladas -, prevista por representantes de produtores, vai levar a uma grave falta de armazéns para o grão. Cerca de 30% da produção da região ficará desabrigada – segura no pé ou em lonas. O problema só não será maior porque, ao contrário de outros anos, parte da lavoura foi comercializada antecipadamente.

Com cerca de metade da colheita de soja já realizada, em algumas regiões de Mato Grosso o cultivo da safrinha de milho já começou. Em todo o Centro-Oeste, fala-se em uma produção até 30% maior que a do ano passado.

De acordo com Eduardo Riedel, vice-presidente da Federação da Agricultura do Mato Grosso do Sul (Famasul), a tendência é de que os sistemas sejam deficientes para o aumento que está sendo prospectado e isso pode se agravar com uma possível alta de produtividade da soja.

Juntos, os três Estados da região produzem quase a metade da safra brasileira de soja e 20% da colheita de milho. Na avaliação dos especialistas, os problemas ocorrerão porque, além de um excesso de produção, quando o milho sair do pé, ainda haverá soja nos armazéns disponíveis.