Redação (17/03/2009)- Um novo surto de otimismo em relação ao comportamento das economias americanas e global no curto e médio prazos dominou ontem os mercados de commodities agrícolas e determinou a valorização de milho, trigo e soja na bolsa de Chicago.
Colaboraram para esse otimismo a preocupação do G-20 com ativos tóxicos e o fato de Ben Bernanke, presidente do Fed (banco central americano) ter declarado que a recessão nos Estados Unidos poderá ter fim ainda em 2009. A desvalorização do dólar em relação a outras moedas também ajudou a sustentar as cotações, já que, em tese, o movimento confere maior competitividade às exportações americanas.
No mercado de trigo em Chicago, os contratos com vencimento em julho, que atualmente ocupam a segunda posição de entrega (normalmente a de maior liquidez), fecharam a US$ 5,5675 por bushel, alta de 26 centavos de dólar em relação à sexta-feira. Proporcionalmente, foi a maior elevação desde novembro.
Na soja os ganhos também foram expressivos. Os papéis para julho (segunda posição) voltaram a superar a barreira de US$ 9 por bushel e fecharam a US$ 9,07, valorização de 32,25 centavos de dólar. Foi o maior salto desde o início de janeiro deste ano.
No caso do milho, finalmente, a alta observada foi mais modesta. Julho (segunda posição) subiu 3,50 centavos de dólar, para US$ 4,0175 por bushel. Na semana passada, o milho já havia registrado valorização de 7,5% em Chicago, a maior alta semanal de 2009 na bolsa americana.
Os ganhos mantêm as três principais commodities agrícolas com cotações pelo menos 30% superiores às médias históricas na bolsa de Chicago, mas as quedas em relação ao mesmo período do ano passado, quando a ascensão já era vertiginosa, ainda são também superiores a 30%.
Traders realçaram que ganha força a especulação em torno do primeiro relatório de campo do Departamento da Agricultura dos EUA (USDA) sobre as intenções de plantio no país na safra 2009/10, que será publicado no dia 31 deste mês.