Publicada pela Embrapa Agropecuária Oeste, a estimativa anual do custo de produção de milho safrinha em 2010, prevê uma diferença de cerca de R$ 30 por hectare entre o sistema de cultivo solteiro e o consorciado com braquiária ruziziensis em sucessão à soja. O levantamento realizado em Dourados, pólo da milhocultura no Sul do Mato Grosso do Sul, tomou como base os preços de produtos, máquinas, equipamentos e mão-de-obra praticados em dezembro do ano passado.
Sob a responsabilidade do analista Alceu Richetti, o comunicado técnico disponível na internet identifica fertilizantes, sementes e herbicidas como os itens que mais oneram os investimentos na atividade.
“Os custos de produção do milho safrinha solteiro para próxima safra é de R$ 948, 80 por hectare, tendo o fixo alcançado R$ 280 (29,5 %), e os variáveis R$ 668,79 (70,5 %) do total. O fertilizante apresenta impacto médio menor devido à queda dos preços de mercado. Mas, o preço das sementes aumentou, elevando o índice de gastos no custo total. Os herbicidas também foram reduzidos de 6,6% para 5,2%”, explica ele.
Consorciado com braquiária, o safrinha ficou estimado em R$ 978, 73 por hectare. Os custos fixos representam 28,65% e os variáveis a 71,4% do total. Esse aumento se deve à adição da semente de braquiária, que tem impacto de apenas 2,8% no geral. A principal vantagens desse cultivo sobre o solteiro é a obtenção de lucros no plantio seguinte da soja. Ao adotar a prática durante o outono e inverno, os benefícios são colhidos posteriormente em virtude da maior quantidade de palha oferecida pela forrageira.
“Como os preços de mercado da época estavam em R$ 13. Se considerarmos uma produtividade de 70 sacas e os custos de produção em R$ 13,55 (milho solteiro) e R$ 13,98 (milho consorciado), o produtor pode ter uma margem líquida negativa de R$ 38 e R$ 68 respectivamente. Se levarmos em conta apenas o desembolso poderá haver margem bruta positiva”, analisa.
Richetti alerta para a necessidades dos agricultores ficarem atentos quanto ao período de implantação da cultura para escapar das adversidades climáticas, especialmente escassez de chuvas e geadas, aumentando os riscos de perdas. Outro fator indispensável é consultar assistência técnica para avaliar os investimentos na produção.
Segundo ele, algumas medidas podem ser adotadas visando diminuir os custos sem necessariamente prejudicar a produtividade, como reduzir a utilização de produtos, aumentar ao máximo a receita com abreviação das perdas durante e após a colheita. Além disso, agregar valor à colheita quando for possível e evitar intermediações dispensáveis também são ótimas estratégias.