Redação (03/11/06) – A previsão do escritório regional da Secretaria de Agricultura e do Abastecimento do Paraná, de Guarapuava para a safra 2006/2007 é que agricultores dos 25 municípios atendidos pelo órgão reduzam a área plantada de milho e aumentem, quase que na mesma proporção, as lavouras de soja.
Durante a safra 2005/2006 foram colhidas, na região de Guarapuava 460.500 toneladas de soja em uma área plantada de 163.000 hectares enquanto a produção de milho ficou em 143.000 hectares, sendo produzidas 715.000 toneladas. Na safra 2006/2007, a redução na área plantada de milho pode girar em torno de 15 a 20 %. O aumento da área da soja, segundo o engenheiro agrônomo do escritório regional da Seab de Guarapuava, Arthur Bittencourt Filho, ainda não é possível prever.
Segundo Bittencourt, essa transferência de cultura está relacionada a diversos fatores, os principais ligados ao alto custo de produção do milho. “Como nas safras anteriores o produtor se descapitalizou e o custo de produção para a implantação da cultura do milho é alto, então ele está optando pela soja”.
A troca de cultura, segundo Bittencourt, também está ligada a fatores econômicos. “A soja tem um custo de produção menor, além disso, possui maior facilidade de o agricultor conseguir recursos para viabilizar as lavouras. Com a soja, por exemplo, o agricultor pode fazer uma venda antecipada ou por troca de insumos, coisa que com o milho é muito difícil”, argumentou.
Esta é uma característica peculiar dessa safra, visto que esse fato não ocorreu nas safras passadas. “Tudo isso está ocorrendo devido a descapitalização do produtor, que está optando pela soja, pois tem a possibilidade de efetuar um desembolso menor na implantação da cultura. Com a soja ele tem um custo de produção menor e mais facilidade de comercialização”.
A redução das lavouras de milho só não é maior, conforme destacou Bittencourt, devido ao nível de tecnologia empregado nas lavouras. “A redução só não é maior porque grande parte da cultura de milho da região é de baixa e média tecnologia, cujos produtores estão efetuando uma redução menor de área. Se fossemos analisar as áreas de média e alta tecnologia, o percentual seria maior”, destacou.