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''''Efeito EUA'''' leva preço da soja ao maior nível em mais de três anos

<p>A confirmação de forte queda de área plantada nos Estados Unidos nesta safra 2007/08, que começa a ser colhida em agosto próximo, voltou a impulsionar as cotações do grão na Bolsa de Chicago no pregão de ontem (02/07).</p>

Redação (03/07/07) – Na sexta-feira, quando o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) divulgou sua nova estimativa para a área americana de soja, o salto já havia sido grande, e com a nova disparada de ontem os preços dos contratos futuros de segunda posição de entrega alcançaram o maior patamar desde maio de 2004 naquele mercado, conforme cálculos realizados pelo Valor Data. 

Os contratos do grão com vencimento em julho subiram ontem 15 centavos de dólar por bushel, para US$ 8,65, ao passo que agosto (atualmente os papéis de segunda posição) fechou a US$ 8,71, um ganho de 15,25 centavos de dólar em relação à sexta-feira. 

Conforme o USDA, a área plantada de soja deverá ocupar 64 milhões de acres (25,9 milhões de hectares) neste ciclo 2007/08. Antes da divulgação do relatório, traders de Chicago ouvidos pela agência Dow Jones Newswires esperavam que a nova previsão ficasse um pouco acima desse total, que é 15% inferior à área apurada pelo órgão nos Estados Unidos na temporada 2006/07. 

Seguindo a velha máxima "nada se perde, tudo se transforma", a forte retração estimada reflete o aumento da área destinada ao milho no país, grão que tem na febre americana em torno do uso do etanol como alternativa ao petróleo uma nova e importante frente de demanda doméstica. A estimativa do USDA para esta área de milho alcançou 92,9 milhões de acres (37,6 milhões de hectares) e ficou maior do que esperavam os especialistas – o que determinou a forte queda de suas cotações em Chicago na sexta-feira e uma nova, porém leve, desvalorização também no pregão de ontem. 

Conforme Renato Sayeg, da Tetras Corretora, além da continuidade do "efeito USDA" também colaborou para dar sustentação às cotações os reflexos do racionamento de energia na Argentina no processamento das indústrias do país. Como o peso do relatório de Chicago na direção dos preços foi muito forte nas duas últimas sessões, é difícil mensurar a influência argentina. 

Pelo mesmo motivo, também é complicado medir essa influência nos prêmios pagos pela exportação brasileira de farelo e óleo de soja, mas, segundo Sayeg, já era possível identificá-la na quinta-feira passada. 

De qualquer forma, afirma o analista, as cotações do grão e seus derivados tendem a seguir em elevado patamar no segundo semestre, em razão dos fundamentos – destaque para o quadro americano, que conduz a uma forte queda da produção – e da presença de fundos de investimentos, que nesse cenário deverão evitar um alívio maior de posições em Chicago.