O receio de que os preços da soja disparassem para um patamar acima de US$ 20 por bushel na bolsa de Chicago, após a maior seca dos últimos 50 anos ter castigado as lavouras americanas, fez os importadores mundiais da oleaginosa, principalmente a China, adiantarem suas compras de maneira nunca vista na história americana.
Do total de 36,61 milhões de toneladas estimadas para a exportação na temporada 2012/13, 84,94% foram negociadas de setembro (início da safra) até 3 de janeiro. Na mesma data do ciclo 2011/12, os americanos haviam comprometido 66,24% da produção. Por ora, foram efetivamente embarcadas 22,18 milhões de toneladas de soja nesta safra. “A China tinha um receio muito grande que faltasse soja no mercado internacional e que os preços subissem mais ainda. Por isso, intensificou as compras e seus estoques”, afirma o analista da Newedge Daniel D´Avila.
Entretanto, com o preço da oleaginosa em queda desde outubro, as compras feitas pelos chineses estão recuando e alguns cancelamentos foram feitos. “A China está abastecida e percebeu que a correria era exagerada”, disse D´Avila. Porém, Steve Cachia, analista da Cerealpar, pondera que os cancelamentos não significam que o país não precise se abastecer de soja no momento. Segundo ele, a China tende a realocar suas compras para a América do Sul.