Redação (20/03/2009) – Um cenário futuro favorável para o país a cerca dos efeitos da crise mundial, projeções fundamentadas em conhecimento e tecnologia, foi defendido na última quinta-feira (19), pelo diretor-presidente da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) José Geraldo Eugênio de França durante reunião do CAE (Conselho Assessor Externo) da Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas-MG), órgão do qual é presidente.
Para o diretor, o país está em uma posição de relativo conforto por possuir tecnologias alternativas na produção de combustíveis e conhecimentos sobre como produzir com eficiência culturas estratégicas, como o milho e o sorgo, fundamentais no abastecimento de toda a cadeia produtiva de aves, suínos e bovinos. “A importância da Embrapa Milho e Sorgo é fundamental, já que essas duas culturas são estratégicas para o país. O mundo está em crescente demanda por alimentos e, neste momento de crise, a Embrapa espera dar as contribuições que o Brasil precisa”, disse.
Para a chefe-geral da Embrapa Milho e Sorgo, Vera Maria Carvalho Alves, o papel da Unidade é preponderante neste cenário. “A responsabilidade é grande para que apresentemos soluções para aumentos de produtividade. Devemos incentivar ações e projetos de pesquisa para maior eficiência na produção de milho, principal produto da cadeia produtiva de aves e suínos”, expõe. Odacir Klein, presidente da Abramilho (Associação Brasileira dos Produtores de Milho), defende a mesma posição. “Temos que vender milho na forma de proteína animal, oferecendo crédito e mecanismos para estocagem e exportação”.
Segundo ele, as perspectivas para a cultura do milho no mercado internacional são a crescente utilização do cereal para a produção de álcool nos Estados Unidos, e consequente redução nas exportações, e o avanço dos transgênicos. Para o Brasil, Garcia enxerga na busca por eficiência a melhor forma de abastecer de milho as atividades de avicultura, suinocultura e pecuária e encontrar novos nichos de mercado no exterior. “Vivemos um momento em que os agricultores brasileiros devem buscar eficiência e novas tecnologias na produção de milho”, pondera.
Sorgo desponta
A cultura do sorgo, na visão do especialista, também merece atenção especial. Com a produção concentrada, principalmente, no Centro-Oeste e Sudeste, a expansão do sorgo granífero cresce em um ritmo de 10% ao ano. “A participação da Embrapa no mercado de sementes é de cerca de 30%. Temos que investir mais nesse segmento, oferecendo novas cultivares ainda mais produtivas a cada safra”, adianta João Carlos.
A Embrapa Milho e Sorgo lançou em 2008 um híbrido de sorgo forrageiro – o BRS 655. “Para os próximos dois anos, a Unidade apresentará mais dois híbridos, sendo um granífero para a safrinha e um para pastejo”, adianta Vera Alves, chefe-geral da Empresa. Os temas foram tratados durante reunião do CAE (Conselho Assessor Externo) da Unidade, órgão consultivo cuja finalidade é assessorar as ações do centro de pesquisa na obtenção de resultados que venham ao encontro das demandas sociais. A coordenação ficou a cargo do chefe-adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento, Antônio Álvaro Corsetti Purcino.
Em momento de crise, milho e sorgo são estratégicos, defendem especialistas
O país está em uma posição de relativo conforto por possuir tecnologias alternativas na produção de combustíveis e conhecimentos sobre como produzir com eficiência culturas estratégicas.