No campo, as máquinas trabalham em ritmo acelerado para concluir a colheita do milho safrinha.
Em uma fazenda em Deodápolis, 70% dos 380 hectares já foram colhidos. A média de produtividade é de 100 sacas por hectare e 40% dos grãos foram comercializados ainda na época do plantio.
Ademir Musskopf negociou a saca de 60 quilos por R$ 18, valor considerado bom, já que atualmente a saca do grão em Mato Grosso do Sul está na casa dos R$ 13,70. Agora, por conta da desvalorização, o agricultor pretende armazenar o restante da produção.
Em outra propriedade em Dourados, a colheita chega a 95% da área. Cláudio Hirata plantou 360 hectares. A produtividade média superou as expectativas, chegou 90 sacas por hectare, mas o custo de produção neste ciclo jogou contra o produtor ficando 8% mais caro, em relação à safra passada. Para produzir cada saca de 60 quilos, o agricultor gastou R$ 14,70.
Toda a produção de Cláudio é levada para um silo, que é do próprio produtor, à espera por preços melhores para negociação. Por lá, o milho deverá permanecer até que o mercado reaja.
De acordo com o economista Leonardo Mussury o que vai determinar os valores futuros do milho no Brasil é safra norte-americana, prevista para começar entre setembro e outubro.
Pelo último levantamento do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, a produção de milho vai chegar perto dos 350 milhões de toneladas, um pouco abaixo do previsto no início da safra.
A notícia mexeu com o mercado internacional e o preço variou muito durante a semana. Na quinta-feita (15), a cotação do grão subiu 3,7% na Bolsa de Chicago.