Fonte CEPEA

Carregando cotações...

Ver cotações

Embarques de soja sobem em Rio Grande e recuam em Paranaguá

<p>O pico de embarques do grão vai de abril a julho, logo após o término da colheita no RS.</p><p></p>

Redação (14/09/06)-  Responsável por 17% do volume total de cargas exportadas pelo porto de Rio Grande (RS), os embarques de soja somaram 2,288 milhões de toneladas no acumulado de janeiro a julho deste ano, volume 1.185% superior ao movimentado em igual período do ano passado. O pico de embarques do grão vai de abril a julho, logo após o término da colheita no Estado.

O expressivo aumento no desempenho foi naturalmente favorecido pela menor disponibilidade do produto no ano passado, por causa da estiagem que frustrou a safra 2004/05. Mesmo assim, o escoamento da soja por Rio Grande ajudou o porto a melhorar em 45% o volume exportado até julho, compensando a retração no embarque de outras mercadorias da pauta agrícola e reforçando o destaque que os granéis do setor tiveram nesse período no movimento do complexo gaúcho.

Entre as 12,8 milhões de toneladas de cargas movimentadas em Rio Grande entre janeiro e julho, os granéis agrícolas responderam por 4,894 milhões de toneladas, entre exportações e importações. As exportações do complexo soja (grão, farelo e óleo) representaram 27% do movimento total do porto nesse período.

No melhor ano até agora de movimentação de granéis agrícolas, em 2003, a soja em grãos significou 21% do volume total operado em Rio Grande. O superintendente do porto, Vidal Áureo Mendonça, projeta que o movimento de granéis agrícolas poderá chegar a 9 milhões de toneladas este ano, superando o recorde de 7,425 milhões de toneladas de 2003.

Apesar do expressivo crescimento em 2006, o ritmo de embarque de soja sugere que haverá um estoque entre 1,5 milhão e 2 milhões de toneladas de soja no final do ano, que deveriam ser exportadas, mas vão ficar armazenadas à espera de melhores preços, avalia o presidente dos terminais graneleiros Termasa/Tergrasa, Caio Vianna.

A expectativa, diante do volume de soja colhido no Estado, era de que até 4,5 milhões de toneladas fossem exportadas, mas a partir de setembro os embarques do Brasil se tornam mais difíceis por causa da entrada da safra norte-americana, explica o executivo. O porto está com volume de estoque acima do que é recomendado. O complexo Termasa/Tergrasa tem cerca de 300 mil toneladas armazenadas atualmente, para uma capacidade estática de 514 mil toneladas e há dois meses passou a recomendar às cooperativas que só enviem para Rio Grande o produto já negociado.

Para amenizar a situação, a expectativa de quebra da safra de trigo no Rio Grande do Sul irá diminuir a pressão por espaço para armazenagem, comenta Vianna. No melhor ano de exportação do cereal, em 2004, o embarque chegou a 1,3 milhão de toneladas. No entanto, se o escoamento da soja não for completado, poderá haver dificuldades para armazenar o milho, que é colhido a partir de janeiro no Estado. Foram embarcadas 496 mil toneladas de trigo para o exterior pelo porto gaúcho de janeiro a julho deste ano (+15%). Junto com o trigo, o arroz também passou a figurar na pauta de exportações agrícolas do Estado. O movimento do grão no porto subiu 76% de janeiro a julho, para 193 mil toneladas exportadas.

Em Paranaguá (PR) são as exportações de milho que têm sustentado as operações do porto ao longo do ano. Os números referentes a agosto ainda são prévios mas já indicam que 308.275 toneladas de milho passaram pelo corredor de exportação no mês passado, contra apenas 276 toneladas no mesmo mês de 2005. Na comparação com julho, houve um recuo nos embarques já que naquele mês saíram 490.278 t do cereal.

A redução pode ser atribuída à interrupção dos leilões de Prêmio de Escoamento de Produto no mês de julho. Os leilões de PEP, que garantem ao comprador um subsídio para a retirada do cereal da região produtora, aconteceram até junho, foram interrompidos em julho e retomados em agosto. O mercado estava sem liquidez e os preços, abaixo do mínimo de garantia.

Graças a esses leilões de PEP, foram exportadas por Paranaguá de janeiro a agosto 2,289 milhões de toneladas de milho, contra 548,8 mil toneladas nos primeiros oito meses de 2005, crescimento de 417,23% no período. No primeiro semestre, as operações com milho compensaram a pequena movimentação com soja em grão no porto paranaense.

De janeiro a julho deste ano, os embarques da oleaginosa totalizaram, segundo dados da assessoria do porto, 2.990 milhões de toneladas, volume 18,7% abaixo do embarcado nos sete meses do ano passado, que foi de 3,324 milhões de toneladas. Em julho, 524,4 mil toneladas de soja em grão saíram pelo corredor de exportação de Paranaguá. Em agosto, dados prévios apontam para o embarque de 490 mil toneladas.