Da Redação 10/11/2003 – 03h05 – A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou recentemente uma estimativa de redução de plantio de milho no país de até 3,5% na comparação com os 9,6 mil hectares cultivados em 2002. Em Santa Catarina, a queda deverá ser de, pelo menos, 2,3%, baixando de 860 mil hectares no ano passado para 840 mil em 2003.
A produção total de milho no Estado, que foi de 4,29 milhão de toneladas, deve cair 3,1% na próxima safra, atingindo 4,15 milhão de toneladas, segundo o agrônomo do Instituto de Planejamento e Economia Agrícola de Santa Catarina (Icepa), Simão Brugnago Neto. Ele estima que a redução na produção de milho e um leve aumento no consumo vai aumentar o déficit do cereal no Estado, de 614 mil para 836 mil toneladas.
Já o secretário-geral da Federação da Agricultura do Estado de Santa Catarina (Faesc), Enori Barbieri, é mais pessimista.
Redução da área chega a 20% no Oeste
Ele estima que o déficit de milho no Estado pode chegar a 1 milhão de toneladas em 2003. Barbieri calcula uma redução de área de milho em 5%. Somente na região do Alto Irani, que compreende Xanxerê, Ouro Verde e Abelardo Luz, a queda na área de milho é de 20%. Para o secretário-geral da Faesc, a possibilidade de falta milho no final de 2004 é real.
Como a primeira safra deverá ser em torno de 32 milhões de toneladas no país, para um consumo próximo de 40 milhões de toneladas, Barbieri disse que somente com uma boa safrinha no Paraná e Mato Grosso do Sul o país vai escapar do aperto. Tal cenário preocupa, pois Santa Catarina depende muito do milho, que responde por 70% da alimentação de aves e suínos.
O presidente da Associação Catarinense dos Criadores de Suínos (ACCS), Wolmir de Souza, disse que a situação é muito séria. Ele lembra que no ano passado a escassez de milho ajudou a agravar a crise da suinocultura em 2002.