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Estimativas para os EUA elevam preços do milho no Brasil

<p>USDA previu uma área plantada de 31,6 milhões de hectares em 2006/07, 4,6% menos que em 2005/06.</p>

Redação (15/05/06)- Em seu primeiro relatório de intenção de plantio de grãos nos Estados Unidos na safra 2006/07, o departamento de agricultura do país (USDA) projetou uma queda da área plantada de milho e provocou forte valorização das cotações do produto no mercado internacional.

A área prevista para a soja é maior que a do ciclo 2005/06, mas um controvertido cálculo para a produtividade das lavouras americanas e a estimativa de aumento dos estoques finais da oleaginosa evitaram uma queda de preços.

No caso do milho, o USDA previu uma área plantada de 31,6 milhões de hectares em 2006/07, 4,6% menos que em 2005/06. Em época de multiplicação de projetos de etanol produzido a partir do grão no país, a notícia levou os contratos com vencimento em julho a subirem 11,25 centavos de dólar e fecharem a US$ 2,5825 por bushel na bolsa de Chicago – maior patamar para um contrato de segunda posição de entrega desde julho de 2005, conforme o Valor Data.

“Os custos estão subindo nos EUA, inclusive por conta de energia, e as lavouras de milho têm custos maiores que as de soja”, disse Antonio Sartori, da corretora gaúcha Brasoja. Para a soja, o aumento de área plantada projetado foi de 6,7% em relação a 2005/06, para 31,1 milhões de hectares.

Mas, como notou Sartori, a produção prevista para 2006/07 ficou em 83,8 milhões de toneladas, ante 84 milhões no ciclo anterior. “O relatório do USDA prevê uma produtividade menor que a de 2005/06, que já foi prejudicada por fatores climáticos. Se a mesma produtividade for mantida, a safra chegará a 89,4 milhões de toneladas”, afirmou.

Fernando Muraro, da Agência Rural, lembrou que o USDA não costuma surpreender em seus primeiros relatórios de intenção de plantio. Por isso, disse em comunicado, o órgão manteve a mesma projeção de área que divulgou em março.

Os estoques finais americanos da oleaginosa foram estimados em 17,7 milhões de toneladas, ou 21,7% da demanda projetada para o país. Em 2005/06, os números apontam para 15,4 milhões de toneladas (20,3% do consumo). Em Chicago, os contratos para julho fecharam a US$ 6,13 por bushel, mesmo valor da véspera.

Como para o trigo o USDA estimou retrações de 11% da produção na próxima safra – para uma área plantada praticamente igual a de 2005/06 – e de 18,3% nos estoques finais do país, as cotações, como no caso do milho, reagiram positivamente em Chicago. Os contratos para entrega em julho subiram 9,50 centavos de dólar por bushel e atingiram US$ 4,0150 no fim do pregão.

Sobre as estimativas do USDA para a América do Sul nesta safra 2005/06 não houve alterações significativas em relação ao relatório divulgado pelo órgão em abril. A produção brasileira de soja foi reduzida de 57 milhões para 56,50 milhões de toneladas e as exportações do país passaram de 25,53 milhões para 25,99 milhões de toneladas. A safra argentina foi mantida em 40,5 milhões de toneladas.