Os produtores paranaenses perderam na colheita em torno de 1,28 saca por hectare de soja na safra 2022-2023, aponta informe técnico publicado pelo IDR-Paraná (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná — Iapar-Emater).
É um volume que supera o limite recomendado pela pesquisa — uma saca por hectare — e, também, números obtidos em algumas regiões do Estado nos levantamentos anteriores. “Isso aponta para uma crescente diminuição de eficiência na operação de colheita”, afirma o pesquisador Hevandro Colonhese Delalibera, um dos autores do trabalho.
Extrapolando para o total da área cultivada no Estado e considerando apenas o volume que ultrapassa a perda aceitável pela pesquisa, na safra 2022-2023 o desperdício nas lavouras de soja do Paraná foi superior a 7,4 mil sacas.
Estudo
Realizado em parceria com a Embrapa Soja desde a safra 2018-2019, o MIC-Soja (Monitoramento Integrado da Colheita da Soja) traça anualmente um diagnóstico dos fatores que levam a perdas de grãos. O objetivo é fornecer informações que possibilitem a técnicos e produtores promover e divulgar boas práticas na operação.
O estudo envolveu a inspeção de 386 lavouras de todas as regiões produtoras do Estado. Em cada uma delas também foram coletadas informações sobre a colhedora utilizada — ano de fabricação, tamanho e tipo de plataforma — e o treinamento dos operadores. As maiores perdas aconteceram nas regiões Oeste, Noroeste e Centro-Sul.
“Mais investimento em tecnologia, manutenção adequada das máquinas e, principalmente, treinamento constante dos operadores são medidas cruciais para aumentar a eficiência e mitigar perdas na colheita”, conclui Delalibera.
O informe técnico “Monitoramento de perdas na colheita da soja no Paraná – safra 2022/2023” pode ser baixado gratuitamente AQUI. Também participaram do estudo o extensionista Edivan José Possamai, do IDR-Paraná, e o pesquisador José Miguel Silveira, da Embrapa Soja.