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Biocombustível

Etanol celulósico em estudo

<p>Planta-piloto para pesquisas do etanol possibilitará análise e desenvolvimento de tecnologias de produção de álcool.</p>

O Centro de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CBTE) prevê inaugurar em abril do ano que vem sua planta-piloto para pesquisas sobre a produção do etanol celulósico, em Campinas (SP). A construção da unidade começou na primeira semana de novembro e está orçada em R$ 5,5 milhões na etapa de obras de engenharia civil, financiados pelo Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT).

A planta-piloto permitirá testes para produção de etanol celulósico em escala próxima da industrial e possibilitará também a análise e o desenvolvimento de alternativas para os principais desafios tecnológicos da produção do álcool de segunda geração. A capacidade de produção dos reatores é de até 200 litros por operação.

A planta está projetada em seis diferentes módulos, cada um deles dedicado ao estudo de determinado gargalo tecnológico. No módulo 1, por exemplo, os pesquisadores vão procurar desenvolver um pré-tratamento que permita o acesso fácil de microorganismos aos açúcares contidos no bagaço da cana. No módulo 4, os cientistas pretendem desenvolver enzimas mais eficientes para a fermentação. Identificados os melhores processos em cada gargalo, o CTBE partirá para a elaboração do processo de produção como um todo.

Os pesquisadores do centro pretendem estudar, ainda, os processos para utilização do bagaço e da palha de cana em etanol pelo método de hidrólise enzimática, o que permitiria o aumento da produção, sem expansão da área de plantio da cana. Além da planta-piloto, também estão em andamento as obras do galpão onde será construído o protótipo da ETC, equipamento que permite o plantio direto da cana, técnica que dispensa o revolvimento da terra e reduz o tráfego de veículos no campo.

As instalações da planta-piloto serão abertas à comunidade externa de pesquisa do Brasil e de outros países, que poderá testar, provar e validar seus processos tecnológicos potenciais. O setor industrial também poderá utilizar a instalação para trabalhar em uma escala menor que a comercial quando precisar encontrar e solucionar possíveis problemas ou otimizar a tecnologia analisada.

Este mês, o CTBE e o National Renewable Energy Laboratory (NREL), dos EUA, firmaram uma parceria para unir esforços na obtenção das tecnologias para a produção do etanol celulósico produzido a partir de matérias primas até então concorrentes como alternativas aos combustíveis fósseis: a cana brasileira e o milho norte-americano. A parceria também vai propiciar um detalhamento preciso sobre a sustentabilidade em toda a cadeia produtiva do etanol, levando em considerando um aumento considerável na produtividade futura do produto.