Apesar da queda verificada nos últimos meses nas cotações internacionais das commodities agrícolas, soja e milho continuam com preços sustentados no mercado brasileiro, próximos de R$ 40 e de R$ 20 por saca, respectivamente. Porém, o quadro tende a se alterar nos próximos meses. Há dois fortes motivos para isso: o aumento da produção brasileira de milho (verão e inverno) e a possibilidade de os Estados Unidos ampliarem a colheita tanto do cereal quanto da soja em 2012/13, depois de um ano de quebra.
O tema foi discutido pela Expedição Safra em reunião com produtores de Nova Santa Rosa (comunidade do Sudoeste do Piauí). A região planta milho para atender ao mercado regional, mas nem por isso está livre da interferência externa. Se houver sobra do cereal na Argentina, o preço do produto tende a cair no Centro-Norte brasileiro. O milho argentino pode chegar aos mercados consumidores do Nordeste mais barato que o mato-grossense, pelo fato de os custos do transporte marítimo serem menores. “Temos de nos preocupar com o milho argentino, não com o brasileiro”, disse o produtor Cezar Marafon, de Bom Jesus (PI).
Safra cheia – A elevação da produção de soja na América do Sul é outro prenúncio de que os estoques tendem a se recuperar. Será necessário que a demanda mundial continue em alta para que a corrida por aumento na produção mantenha seu ritmo. A Expedição Safra prevê que a safra brasileira da oleaginosa será uma das maiores da história, chegando a 74,7 milhões de toneladas. O milho, por sua vez, tende a atingir 61 milhões de toneladas (verão e inverno).