Se a atual dependência do agronegócio brasileiro da soja é motivo de preocupação para muitos especialistas, dados os reflexos adversos que um revés no mercado do grão podem representar para produtores, agroindústrias e economias regionais, o aumento da concentração das exportações brasileiras da oleaginosa para a China nos últimos anos ampliou esses temores.
Único país do mundo que já semeava soja em escala comercial no começo do século XX, a China ampliou de forma expressiva as importações do grão no início deste milênio. Em boa medida, os chineses optaram por elevar investimentos em lavouras como milho, trigo e arroz em detrimento da soja, mas atraíram aportes, inclusive das grandes tradings multinacionais, em seu parque de processamento da oleaginosa.
Com isso, ampliou sua dependência da matéria-prima e hoje responde por cerca de 60% das importações mundiais, mas manteve produção relevante de farelo e óleo, cuja demanda doméstica explodiu com a aceleração de seu crescimento nas últimas décadas. EUA, Brasil e Argentina são os maiores exportadores globais de soja em grão. (FL)