Fonte CEPEA

Carregando cotações...

Ver cotações

Exportação

Exportações de soja em grão "roubam" espaço de derivados

Se confirmado, o volume será 27% superior ao do ciclo passado (31,9 milhões de toneladas) e representará um novo recorde.

Exportações de soja em grão "roubam" espaço de derivados

A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) elevou em 1 milhão de toneladas sua projeção para as exportações de soja em grão do país neste ano. Conforme relatório divulgado ontem (02) pela entidade, os embarques deverão somar 40,5 milhões de toneladas no ano comercial 2013/14, que terminará em janeiro do ano que vem. Se confirmado, o volume será 27% superior ao do ciclo passado (31,9 milhões de toneladas) e representará um novo recorde.

Se vai exportar mais matéria-prima, o Brasil vai industrializar menos soja do que o estimado anteriormente. Segundo a Abiove, o esmagamento tende a totalizar 35,9 milhões de toneladas do grão, 800 mil a menos que o previsto em julho. Isso significa uma queda de 0,9% em relação às 36,2 milhões de toneladas processadas no ciclo anterior. O volume processado é ainda o menor desde o ciclo 2010/11 (35,7 milhões de toneladas).

Com isso, a produção estimada de farelo no atual ano comercial foi reduzida de 27,9 milhões para 27,3 milhões de toneladas, enquanto a de óleo cai de 7,05 milhões para 6,9 milhões de toneladas – nos dois casos, queda de 1% em relação ao ciclo passado. As exportações estimadas de farelo foram reduzidas de 13,8 milhões para 13,2 milhões de toneladas e as de óleo, de 1,5 milhão para 1,35 milhão de toneladas – retrações de 4% e 19,5%, respectivamente, na mesma comparação.

Se confirmadas, as exportações de farelo serão as menores desde o ciclo 2009/10. Já as de óleo são as menores em pelo menos dez temporadas – em 2003/04, o Brasil exportou 2,4 milhões de toneladas do derivado. Segundo o secretário-geral da Abiove, Fabio Trigueirinho, o aumento das exportações de soja – em detrimento das de farelo e óleo – reflete a forte demanda da China pela matéria-prima, a menor oferta de soja nos Estados Unidos (principal concorrente do Brasil) e também a perda de competitividade nacional em relação à Argentina.

A receita prevista pela Abiove para as exportações do chamado complexo soja (grão, farelo e óleo) em 2013 continuou no mesmo patamar indicado pelas projeções de julho. Serão US$ 28,51 bilhões, 9,1% mais que em 2012 e também um novo recorde. Segundo a entidade, os embarques do grão deverão render US$ 21,06 bilhões, 20,7% mais que no ano passado, enquanto os de farelo chegarão a US$ 6,07 bilhões (queda de 7,9% em igual comparação) e os de óleo deverão ficar em US$ 1,38 bilhão (baixa de 33,5%).

Em agosto, conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) divulgados ontem, as exportações de soja em grão do país renderam quase US$ 2,9 bilhões, um aumento de 104% em relação ao mesmo mês de 2012. O resultado refletiu o expressivo aumento do volume embarcado, que subiu 120% na comparação. Mas o preço médio caiu 8,2%, para US$ 538,4 por tonelada. E os embarques dos derivados registraram quedas. A receita do farelo recuou 10,4%, para US$ 619,4 milhões, enquanto a do óleo caiu 57%, para US$ 89,3 milhões.