Da Redação 24/06/2003 – A saca do milho nas principais regiões produtoras do Estado de Goiás bateu nos R$ 14,00 nesse início de semana e assustou os dirigentes da Federação da Agricultura do Estado de Goiás (Faeg). Ontem (23), a entidade encaminhou expediente a todos os sindicatos rurais filiados e recomendou ao produtor que use de máxima cautela na comercialização do produto. “O ideal é não vender o milho pelas próximas semanas, até que o mercado se defina melhor”, afirma o presidente da Faeg, Macel Caixeta.
Conforme Macel Caixeta, se o governo não anunciar com urgência medidas de apoio à comercialização, a Faeg vai recomendar oficialmente aos produtores que não plantem milho na próxima safra.
“Vender milho a R$ 14,00 a saca é contabilizar prejuízo certo”, ressalta o dirigente da entidade, para quem só produtores com elevado nível de produtividade pode pelo menos empatar com os seus custos de produção.
Para Caixeta, a melhor alternativa seria o governo entrar no mercado imediatamente, comprar o produto para formação do estoque estratégico e, assim, puxar os preços para um patamar mais aceitável.
Preocupação
O secretário da Agricultura, José Mário Schreiner, também se manifesta preocupado com a situação do mercado do milho, que além da baixa cotação, apresenta poucas alternativas de negócios.
Segundo ele, esse é o momento para que o governo anuncie alguma medida de apoio à comercialização do produto, “porque é o momento de definição do produtor em relação ao plantio da próxima safra, e se não houver estímulo ele já vai comprar insumos para soja”.
O analista de mercado da Faeg, Pedro Arantes, argumenta que não basta o governo comprar qualquer quantidade de milho, “ele precisa fazer um estoque de 3 milhões a 4 milhões de toneladas, pois, do contrário, o mercado continuará superofertado”.