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Faeg pede cautela no plantio de soja

<p>A opinião foi manifestada, ontem, pelo economista Pedro Arantes, analista de mercado da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Goiás.</p>

Redação (15/07/2008)- Os elevados custos de produção e os preços claramente especulativos no mercado internacional recomendam muita cautela para o produtor no momento de planejar o plantio da próxima safra. A opinião foi manifestada, ontem, pelo economista Pedro Arantes, analista de mercado da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Goiás (Faeg).

Segundo ele, os preços dificilmente se manterão nos patamares atuais, enquanto nada indica que os custos de produção, que já subiram 37,71% em 12 meses, já tenham batido no teto para o próximo plantio.

Segundo Pedro Arantes, levantamento recente da Faeg aponta que o custo de produção da saca de soja, que na última safra foi de R$ 28,00, já está em R$ 38,00 por saca para o próximo plantio.

“Esse aumento de mais de 37% foi o geral, pois alguns insumos, como adubos e agroquímicos subiram mais de 100%”, diz Pedro Arantes, citando que o herbicida glifosato, por exemplo, subiu de R$ 8,00 a R$ 10,00 por litro no plantio passado, chegando a valores entre R$ 18,00 e R$ 23,00 atualmente, o que representa um aumento que varia de 125% a 130%.

Preços

Para o analista de mercado da Faeg, as cotações internacionais da soja, ao redor de 29 dólares a saca de 60 quilos, abrigam, sem sombra de dúvida, uma forte carga especulativa. Segundo ele, o último relatório do Departamento de Agricultura do Estados Unidos (USDA) indica uma perda de 1,2 milhão de hectares de soja, abaixo das expectativas anteriores do mercado, o que resultará numa redução aproximada de apenas 2 milhões de toneladas no estoques norte-americanos.

“Dessa forma, os estoques de soja dos Estados Unidos deverão ficar entre 3 milhões e 3,8 milhões de toneladas, e os estoques mundiais de passagem, em algo próximo a 48 milhões de toneladas”, diz o técnico da Faeg.

De acordo com Pedro Arantes, esses números mostram que o abastecimento mundial de soja está assegurado, não se justificando os patamares atuais de preços do produto, salvo pela componente especulativa, em geral patrocinada pelos fundos de pensão.

Ele ainda argumenta que, na safra 2004/2005, os estoques mundiais estavam praticamente nos mesmos patamares de hoje e, nem por isso, os preços explodiram. Na ocasião, as cotações ficaram em 17 dólares por saca ou pelo menos 40% menores do que os valores atuais cobrados no mercado internacional.