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Fala de Bush faz milho e soja caírem em Chicago

<p>Discurso de Bush mudou a situação dos insumos.</p>

Redação (25/01/07) – Motivo de especulação e aumento dos preços de milho e soja no mercado internacional nas últimas duas semanas, o discurso do presidente americano George W. Bush em defesa do uso de fontes alternativas ao petróleo no país, proferido no início da noite de terça-feira, provocou, em um primeiro momento, reações distintas em analistas de grãos daquele país.

Para os mais céticos, as palavras de Bush sinalizaram mais um desejo do que um plano passível de ser cumprido; para os otimistas, representaram a certeza de que há de fato um novo mercado em formação, com maior liquidez, preços mais atraentes e crescente número de investidores. “Foi uma mudança de paradigma”, resume André Pessôa, diretor da brasileira Agroconsult. Pessôa acompanhou o discurso de Bush e as reações, e seu diagnóstico é que a situação de fato mudou depois dele.

Para os produtores de milho dos EUA, diz, a fala presidencial pode ter tido um gosto amargo ao apontar a necessidade do uso de outras matérias-primas para a produção de biocombustíveis no país e mesmo a compra de etanol de outros países produtores. Devido a esta eventual abertura, que poderá vir acompanhada da queda de tarifas de importação, para Pessôa foi um bom discurso para o Brasil.

“O discurso representou a chancela oficial a um programa que vinha sendo guiado sobretudo por movimentos privados. Declarações como estas de um presidente americano não costumam ser mera retórica. Bush passou seus recados, inclusive ao Congresso. A própria defesa de importações para atender aos objetivos traçados”.

O temor com as fontes alternativas e com as importações prevaleceram ontem na bolsa de Chicago – que também viveu uma boa dose de realização de lucros por parte de fundos e especuladores – e as cotações caíram tanto no caso do milho quanto da soja. “Foi um típico movimento de compra no boato [os rumos do que seria o discurso do presidente americano] e venda no fato [o discurso em si]”, afirmou André Pessôa.

No caso do milho, os contratos com vencimento em março encerraram a sessão negociados a US$ 4,0075 por bushel, em queda de 8,25 centavos de dólar. Já os contratos futuros para entrega em dezembro caíram 5 centavos de dólar por bushel, para US$ 3,9775.

No mercado de soja, onde o comportamento foi semelhante – a soja vem sendo “rebocada” pelo milho na onda do etanol – os futuros para março registraram baixa de 12,25 centavos de dólar e fecharam a US$ 7,15 por bushel, enquanto maio fechou a US$ 7,3050, com retração de 11,50 centavos de dólar.