A superlotação nos principais portos brasileiros, que recebe a produção agrícola de Mato Grosso, pode prejudicar a comercialização da soja e o plantio do milho no estado. O Porto de Santos, que em 2012 recebeu 6,3 milhões de toneladas de soja, sendo 59% do total exportado pelo estado, está com atraso nos embarques com mais de 30 dias.
De acordo com o analista do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), Cleber Noronha, a falta de eficiência dos portos brasileiros, principalmente os do Sul e Sudeste do país, pode resultar em prejuízos na safra agrícola em Mato Grosso. “A soja que está sendo retirada do campo deve já ser comercializada, o que não está ocorrendo porque o sistema de embarque nos portos é lento”.
Além disso, ele destaca que o plantio do milho, em decorrência ao término da safra da soja, pode sofrer perdas devido o atraso na entrega dos insumos. Conforme ele, a situação nos portos do Norte brasileiros é menos preocupante, com atraso na entrega de até 10 dias.
Com o problema no escoamento da produção, os produtores devem desembolsar mais com a logística de transporte das mercadorias. De acordo com Noronha, o aumento no custo do frete passou a representar 22% do custo de produção – considerando que na safra anterior não passava de 20%.