A Agencia da ONU para Agricultura e Alimentação (FAO) avalia que a primeira colheita de milho no Brasil está “em perigo” por causa do mau tempo, vê uma situação “mista” na produção de soja e melhores perspectivas com arroz.
Conforme a FAO, as condições no hemisfério sul são variáveis para o milho. Na Argentina, a situação é boa no geral, apesar de excessiva umidade em algumas áreas e que retarda a evolução da colheita.
No Brasil, avalia que a primeira colheita, atualmente em curso, pode registrar menor produção por causa da persistente seca em parte do Sul e excesso de umidade no Centro-Oeste.
Para a segunda colheita, a agencia da ONU também vê perspectivas ainda pouco claras por causa da extrema variação das chuvas afetando a umidade do solo, o que influencia o calendário de plantação.
Com relação a soja, a FAO aponta condições favoráveis no hemisfério Sul. Na Argentina, isso ocorre tanto para a primeira como segunda colheita. Já no Brasil vê uma situação mista. “O aumento em área plantada foi contrabalançado por rendimentos mais baixos, que foram reduzidos por causa da severa seca e altas temperaturas nas áreas do Sul e excesso de chuva no Mato Grosso que impactou na colheita”, segundo a agencia da ONU. No entanto, estima que uma “colheita farta” ainda é esperada sobretudo em razão do aumento da área plantada.
Com relação ao arroz, a FAO espera alta da produção no Brasil, Indonésia e Madagascar este ano. Estima que as condições climáticas são favoráveis em todas as áreas de produção no Brasil. E tanto área plantada como rendimento são ligeiramente mais altos em relação ao ano passado.
Globalmente, a produção de cereais foi revista para cima (6 milhões de toneladas), podendo alcançar 2,25 bilhões de toneladas.
A utilização mundial de cereais pode atingir 2,42 bilhões de toneladas, em uma alta de 4%. As previsões sobre estoque foram ajustados para cima em mais 3,8 milhões de toneladas.
O comércio mundial de cereais pode bater recorde este ano, com 4,5 milhões de toneladas a mais. China, União Europeia, Turquia e Arábia Saudita precisarão de mais trigo. Bangladesh, Nigéria e Senegal de mais arroz.
No comércio de trigo, a China será o principal motor, com forte alta de suas importações, podendo atingir 8,5 milhões de toneladas, ou 200% a mais do que no ano passado.
As exportações de trigo podem crescer 30% no caso da União Europeia, 40% no caso das expedições da Russia e 38% pela Ucrânia.
Por outro lado, apesar de tensões geopolíticas, a Ucrânia está perto de se tornar o quarto maior exportador de milho, só atrás dos EUA, Brasil e Argentina, segundo a FAO.