O Consórcio Antiferrugem acaba de identificar oito focos de ferrugem asiática da soja em Formoso do Araguaia e Lagoa da Confusão, em Tocantins, e um foco de ferrugem no município de São Miguel do Araguaia, em Goiás, regiões de várzea onde é permitido o cultivo de soja na entressafra para produção de sementes, plantio de material genético ou para realização de pesquisa científica.
No Estado de Goiás, a Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) decidiu interromper o vazio sanitário que só terminaria no dia 30 de setembro, antecipando a autorização de cultivo de soja para 20 de setembro.
O pesquisador Maurício Meyer, da Embrapa Soja, diz estar preocupado com o aparecimento precoce da ferrugem em Goiás. Segundo ele, houve falta de cuidado dos produtores de grãos que não eliminaram adequadamente a soja guaxa ou tigüera (soja que germina a partir de grãos perdidos na colheita), nas principais área de produção do Estado, como Rio Verde e Cristalina. “Estas plantas (guaxa) estão infectadas com ferrugem e representam uma fonte importante de inóculo para disseminar a ferrugem na safra 2009/10”, alerta.
A mesma opinião é compartilhada pelo gerente de pesquisa do Centro Tecnológico de Pesquisa Agropecuária (CTPA), José Nunes Júnior. “Estamos preocupados com a ferrugem asiática no Estado. Como não houve eliminação da soja guaxa, conforme preconizado pelo vazio sanitário, a ferrugem está presente para se multiplicar. Além disso, temos focos da doença nas áreas de várzea de Goiás e de Tocantins. Portanto, se continuar chovendo como ocorreu no inverno, a ferrugem tende a se espalhar com maior facilidade durante a safra 2009/2010”, alerta.