O gerente técnico da Associação dos Produtores de Soja do Estado (Aprosoja), Luiz Nery Ribas, informou ontem (20) que quatro focos de ferrugem asiática já foram registrados em lavouras de soja de Mato Grosso, na safra 2010/11. Os focos foram localizados no município de Sorriso (420 Km ao Norte de Cuiabá).
Segundo Nery, os focos apareceram devido às chuvas seqüenciais que caíram em algumas regiões do Estado, nos últimos dias. “Já estamos acionando o botão de alerta para os produtores”, afirmou o agrônomo, que recomenda “monitoramento intensivo e permanente” das lavouras por causa do tempo chuvoso, clima que pressiona o fungo e favorece o aparecimento da ferrugem. “Estamos recomendando atenção dobrada do produtor neste momento”, disse ele.
No ano passado, as perdas causadas pela doença atingiram principalmente a soja de ciclo médio. Nery Ribas aconselha o produtor a não descansar. “É necessário fazer o monitoramento da safra, acompanhar o sistema de alerta Antiferrugem, que está disponível no site da Aprosoja, e fazer a aplicação de fungicidas recomendada pelos profissionais da área”.
De acordo com os técnicos, ano após ano vem aumentando a resistência da doença aos fungicidas, o que tem exigido maior número de aplicações. Ribas informou que os focos de ferrugem tendem a aumentar nos próximos dias.
A recomendação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento é fazer o monitoramento efetivo da lavoura, com aplicações preventivas nos primeiros sintomas da doença. Segundo os agrônomos, o produtor deve estar atento à qualidade da aplicação, utilizando equipamentos bem regulados e uso das doses recomendadas. Este ano, em decorrência do prolongamento da seca de 2010, os produtores terão que redobrar a atenção e fazer o monitoramento permanente da lavoura porque os ataques poderão ser mais agressivos.
Na última safra, praticamente todas as lavouras de soja de Mato Grosso foram atingidas pela ferrugem asiática. De acordo com a Aprosoja, mais de 600 focos foram registrados no Estado. A média foi de três aplicações, mas algumas lavouras chegaram a fazer até quatro aplicações de fungicidas nas regiões mais críticas como Vale do Araguaia e Leste, em função da realização de plantios tardios.
Os agrônomos lembram que o tempo chuvoso e quente é propício para o avanço da ferrugem pelos campos e, por outro lado, acaba dificultando as aplicações de fungicidas, já que o produtor pode acabar tendo um resultado menor em decorrência das chuvas. Em 2010, as condições climáticas – muito calor e alta umidade – provocaram a proliferação do fungo da ferrugem em várias regiões, gerando prejuízos aos produtores.
As regiões com o maior número de registros foram Oeste, Norte, Sul e Leste. Itiquira, Alto Taquari, Guiratinga, Pedra Preta, Sinop, Sorriso, Campos de Julho, Campo Novo do Parecis, Sapezal, Tangará da Serra, Lucas do Rio Verde, Diamantino e Nova Xavantina foram os municípios com mais incidências.
Ferrugem – A ferrugem asiática é uma doença provocada por um fungo que ataca as folhas da soja e reduz o processo de fotossíntese da planta, causando perda de produtividade durante o período de “enchimento” do grão. A proliferação é muito rápida e, se não houver controle imediato, a doença pode se espalhar por toda a lavoura.
Segundo os agrônomos, a época propícia para o ataque da ferrugem é quando há ocorrência de chuvas e sol quente. A única forma de combater e controlar a ferrugem é através da aplicação de fungicidas.