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Filas para embarque de soja em Paranaguá atingem 25 km

<p>Maior volume de soja e maior número de caminhões indo para o porto explicam parte do problema.</p>

Redação (09/05/06)- A fila de caminhões no acostamento da BR-277 para o escoamento da safra de soja pelo Porto de Paranaguá, no Paraná, atingiu na manhã desta terça-feira (09-05) cerca de 25 quilômetros, de acordo com a Polícia Rodoviária Federal.

Além do maior volume de soja recém-colhida para exportação nesta época do ano, mais caminhões com grãos estão seguindo para o porto devido a temores de que os protestos de agricultores se intensifiquem, impedindo que a soja chegue ao seu destino, segundo uma fonte do setor de logística de uma corretora que atua em Paranaguá.

“Existe o compromisso de entregar, e o pessoal está mandando o produto temendo o protesto”, afirmou. Acredita-se que a BR-277 será bloqueada no dia 16 de maio, data prevista para ocorrer um dia nacional de protestos. Além disso, acrescentou a fonte, as filas se devem ao maior número de navios esperando para carregar no porto, desde que Paranaguá começou a embarcar, por ordem judicial, também a soja transgênica (anteriormente o porto exportava apenas o produto convencional).

Outro motivo apontado para a formação da grande fila é a realização, dentro do pátio do porto, de um evento paracaminhoneiros, com exposição de equipamentos e veículos, que tomou o espaço de cerca de 300 vagas para caminhões.

Por sua vez, a administração do porto de Paranaguá informou que as filas se devem à implantação de um novo sistema de cadastramento de caminhões que descarregam no porto, além do movimento maior que o normal nos últimos dias.

“Estamos implantando um novo sistema com código de barras. Como os caminhões têm de ser cadastrados, demoram mais para entrar no pátio”, informou uma assessora, lembrando que o novo mecanismo visa evitar fraudes, como trocas de nota fiscal.

O porto informou que no último sábado cerca de 2.800 caminhões passaram pelo local, quando a média para esta época de escoamento da safra é de 1.000 veículos. Segundo a administração do porto, medidas estão sendo tomadas para agilizar a entrada dos caminhões.

A Polícia Rodoviária Federal confirmou que a fila de caminhões diminuiu no início da tarde, chegando a cerca de 20 km por volta das 13h30. O trânsito de veículos na estrada não está sendo prejudicado, salientou a polícia, pois os caminhões estão no acostamento.

Desde que Paranaguá implantou o sistema de permitir a entrada apenas dos caminhões cujas cargas já foram comercializadas, há mais de um ano, não mais tinham sido registradas filas na rodovia de acesso ao porto como as verificadas nesta terça-feira.

O movimento também é grande desde a semana passada no Porto de Rio Grande, no Rio Grande do Sul. No local, assim como em Paranaguá, os prêmios sobre a cotação de Chicago em patamares elevados para esta época do ano, devido em parte aos protestos de produtores rurais no Centro-Oeste, também têm estimulado negócios com o produto colhido no Sul, segundo algumas fontes do mercado.

Com as manifestações, o escoamento de soja está prejudicado, travando o mercado de soja dos principais produtores brasileiros, entre eles o Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.