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Fim do vazio sanitário para a soja no Paraná

<p>Desde junho, por determinação do Ministério da Agricultura, os produtores tiveram que erradicar qualquer planta viva remanescente da cultura, estratégia utilizada para controlar a ferrugem asiática.</p>

Redação (16/09/2008)- O vazio sanitário para a soja foi encerrado ontem no Paraná. Desde junho, por determinação do Ministério da Agricultura, os produtores tiveram que erradicar qualquer planta viva remanescente da cultura, estratégia utilizada para controlar a ferrugem asiática. Levantamento preliminar da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab) indica que, até o dia 15 de agosto, 23 produtores rurais foram autuados devido à presença de plantas vivas em cerca de 1.350 hectares; outros 76 sojicultores foram notificados a erradicar a ””soja voluntária”” em uma área de cerca de 4.560 hectares.

A estimativa é que até o final desta semana os dados sobre notificações e autuações sejam consolidados. Entre os notificados estão, inclusive, concessionárias de transporte estaduais porque foi encontrada soja remanescente às margens de ferrovias e rodovias. ””De modo geral o vazio sanitário foi uma medida bem aceita pelos produtores porque beneficiou a eles próprios””, observou Maria Celeste Marcondes, responsável pela área de Sanidade de Grandes Culturas da Seab. Segundo ela, até mesmo a ocorrência de geadas em meados de junho contribuiu para a eliminação das plantas.

Na safra 2007/08 o Paraná registrou 1.038 ocorrências de ferrugem, enquanto no plantio anterior foram 662 focos (veja quadro). No entanto, na avaliação da pesquisadora da Embrapa Soja Cláudia Godoy os números não podem ser comparados porque dependem de notificação. ””No Paraná a rede de pré-informações funciona melhor do que nos outros Estados. O Paraná, inclusive, foi o Estado que mais notificou seus casos””, afirmou. O zoneamento agrícola libera o plantio de soja a partir do dia 1º de outubro na maior parte dos municípios paranaenses. A estimativa inicial do governo estadual é que sejam cultivados 3.978 milhões de hectares, área 1,4% maior do que a plantada nesta safra.

Se o clima favorecer, a projeção é colher 12.652 milhões de toneladas do grão, quantidade 7,9% maior do que a colhida neste ano. A partir da implantação do vazio, a pesquisadora disse que a incidência da ferrugem tende a ocorrer mais tardiamente reduzindo, desta forma, os custos de produção. Neste caso, a doença pode aparecer durante o período de florescimento ou próximo ao enchimento dos grãos. ””Mas o monitoramento deve ser constante. Inclusive, os produtores devem ficar de olho nas lavouras vizinhas porque a tendência é que a doença se manifeste nas primeiras áreas cultivadas””, explicou Cláudia.

Quando a doença surge na fase vegetativa da planta é necessário até sete aplicações de fungicidas o que pode inviabilizar o plantio devido à elevação dos custos. O fungo é disseminado pelo vento, mas a umidade é fator determinante para a infecção da planta. Ao contrário do ano passado, neste inverno as condições climáticas favoreceram o desenvolvimento da soja voluntária e as infecções pelo fungo da ferrugem na região do Mato Grosso e no Paraná devido ao alto índice de chuvas.