Redação (18/08/2008)- Tradicional fornecedora de defensivos agrícolas para as lavouras de cana-de-açúcar e algodão, a FMC está reforçando sua posição no mercado de produtos voltados ao cultivo de soja e milho. Os dois grãos têm puxado o crescimento das vendas do setor.
Sua presença ainda pequena em defensivos para soja e milho ajuda a explicar por que a FMC, ainda que cresça com vigor em 2008, deverá ter avanço inferior ao da média do mercado. O faturamento da FMC no Brasil foi de US$ 356 milhões em 2007, e a meta é atingir US$ 415 milhões neste ano, segundo o presidente da companhia para a América Latina, Antônio Carlos Zem.
Se confirmada a projeção, o crescimento será de 16,5%. A indústria nacional de defensivos espera uma receita total de US$ 6,8 bilhões, afirma Zem, o que representará, se concretizado o prognóstico, um avanço de 25% em comparação com o desempenho de 2007, quando o setor movimentou US$ 5,4 bilhões.
Atualmente, os defensivos voltados ao cultivo de cana e algodão, somados, respondem por 75% das vendas da empresa, enquanto milho e soja são responsáveis por 18%. Em 2010, as proporções serão mais equilibradas, afirma o executivo. "Queremos 30% para a cana, 30% para o algodão, 30% para soja e milho e 10% para os outros produtos", disse.
A empresa está reforçando as vendas entre as cooperativas. Em março, um time de 22 profissionais foi alocado para se dedicar diretamente ao mercado de defensivos de soja e milho. O programa já consumiu investimento de US$ 1,2 milhão e tem como meta uma maior regionalização da atuação da companhia.
As mudanças da FMC não têm ocorrido apenas na estratégia de vendas. A empresa, que tem feito investimentos periódicos de manutenção de sua fábrica brasileira, também vai aumentar a capacidade da planta. Localizada em Uberaba (MG), a unidade terá a capacidade elevada em 33%, passando, até 2010, de 30 milhões para 40 milhões de kilolitros.
O aumento da capacidade da planta começou neste ano e deve estender-se até 2010. Em 2008, o projeto consumirá entre US$ 3 milhões e US$ 4 milhões. Ainda que a programação preveja conclusão do aumento de capacidade em dois anos, os investimentos seguirão em curso até 2012, afirma Zem. "Além de manutenção, vamos investir em automação e melhoria dos processos", diz. Na fábrica, a FMC faz formulações de produtos próprios e também para outras empresas.
A companhia tinha planos de construir no Brasil também uma planta para a fabricação de princípios ativos, que complementaria a unidade de formulações. O projeto, no momento, foi deixado de lado, diz o presidente. "O real, valorizado, pôs muita pressão sobre os custos, que acabaram tornando o projeto inviável. Ele está em banho-maria", disse. O local escolhido para a unidade, da qual sairiam "dois ou três" princípios ativos, não chegou a ser revelado.
A oferta ainda tímida de crédito pelas tradings aos produtores, que tem mantido em ritmo lento as vendas de insumos para a safra 2008/09, não deve atrapalhar o avanço do segmento, avalia o executivo. "Esperamos um crescimento vigoroso do setor", diz. "Espera-se para os defensivos um aumento no volume de vendas, nos preços e na produção".