Da Redação 03/09/2004 – A comitiva francesa que veio ao Brasil conhecer as instalações do Paraná encerrou a visita ontem com o compromisso de divulgar o estado na Europa como uma área livre de soja transgênica. Novos acordos comerciais, porém, foram descartados pela vice-governadora da província da Bretanha, Pascale Loget. “Nosso objetivo aqui era técnico e não o de fechar contratos”, afirmou.
Segundo a vice-governadora, a declaração de intenções assinada por ela e pelo governo Roberto Requião deve abrir caminhos para futuras negociações com outros países da Europa. O documento que atesta que o Paraná não produz soja modificada será apresentado a produtores de 15 países europeus em uma convenção que ocorre nos próximos dias 13 e 14, em Bruxelas, na Bélgica.
O representante da Confederação dos Agricultores Familiares da Comunidade Européia, René Louail, que participou da comitiva, disse que vai expor um relatório da visita aos outros 14 países que participam da entidade. “Vamos confirmar que a soja paranaense pode ser comprada com segurança.”
A Bretanha, província basicamente agrícola, deve ser declarada área livre de transgênicos a partir do mês que vem. A França é dependente das importações de proteína de soja, uma vez que 80% do produto consumido no país vem do mercado externo. Do Brasil, o país compra 5 milhões de toneladas de soja convencional e orgânica por ano.
De acordo com a vice-governadora, 80% dos franceses se declaram contra o consumo de alimento transgênico. Dos três maiores exportadores mundiais de soja, o Brasil é o único capaz de atender a demanda do mercado internacional por produtos que não contenham organismos geneticamente modificados.