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Frio atrapalha plantio antecipado da soja

Como as temperaturas mais baixas interferem na germinação e no desenvolvimento inicial da planta, produtores não puderam aproveitar a chuva dos últimos dias para iniciar a semeadura.

Da Redação 16/10/2003 – 01h21 – O clima frio deste início de primavera atrapalhou os planos dos produtores que pretendiam plantar soja antecipadamente.Como as temperaturas mais baixas interferem na germinação e no desenvolvimento inicial da planta, muito deles não puderam aproveitar a chuva dos últimos dias para iniciar a semeadura.

Na região de Londrina, onde a maioria dos produtores planta antes para poder cultivar o milho safrinha, o processo vai atrasar.Bruno Durans, engenheiro agrônomo da cooperativa Integrada, informou que a área semeada é bem menor que a do mesmo período do ano passado.

Ele acrescentou que as variedades precoces não podem esperar muito para serem semeadas, sob risco de estiolamento (a planta fica comprida e com poucos galhos). “Prejudica o rendimento”, disse.

Na região atendida pela cooperativa Cocamar, de Maringá, o problema se repete. José Conti, gerente de produção da unidade da cooperativa em Floresta (25 km a oeste de Maringá), informou que os produtores não estão plantando o volume que gostariam. “Mas quem gosta de antecipar o plantio está semeando”, comentou, lembrando que o período mais indicado para a semeadura da soja é a partir de 25 de outubro.

Sidnei Celestino, cuja família planta 70 alqueires no município de Ivatuba (30 km a oeste de Maringá), é um dos que desistiram de plantar agora. “A soja é a principal renda da propriedade e queremos caprichar ao máximo. Por isso, vamos esperar pelas próximas chuvas”, afirmou.

O engenheiro agrônomo Otmar Hubner, do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (Seab), confirmou que o frio atrapalha a etapa inicial do ciclo da planta, mas não acredita que o clima inadequado dos últimos dias interfira no resultado final da safra. “São poucos dias, não deve fazer diferença. “Ele aconselha os produtores a aproveitarem a chuva para iniciar a semeadura: “Pode demorar para chover de novo. Nesse caso, o prejuízo é maior.”

De acordo com o Simepar, a tendência é de temperaturas em elevação no Paraná, com maior intensidade entre as regiões oeste e o norte do Estado. Segundo estimativa do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a região Sul do País deverá ter chuvas abaixo do normal, principalmente nos meses de novembro e dezembro, quando acontece o pico do plantio.

Em outubro, os níveis de precipitação máximos devem variar de 240mm a 300mm no oeste de Santa Catarina e sudoeste do Paraná e os mínimos de 60mm a 120mm no centro-sul e leste do Rio Grande do Sul, no leste de Santa Catarina e no centro-norte e leste do Paraná.

Já em novembro, os máximos de precipitação variam de 180mm a 240mm no noroeste do Rio Grande do Sul, oeste de Santa Catarina e sudoeste do Paraná e os mínimos variam de 40mm a 60mm no extremo sul do Rio Grande do Sul. Em dezembro, os máximos variam de 240mm a 300mm no norte do Paraná.